ACM Neto critica política de segurança do governo Jerônimo Rodrigues e pede mudança de comando

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, voltou a criticar a política de segurança pública do governo de Jerônimo Rodrigues (PT). Durante a inauguração da nova sede do União Brasil em Feira de Santana, nesta quinta-feira (18), Neto destacou a necessidade de “jogar duro” contra o crime organizado, em resposta à crescente onda de violência que tem preocupado a população baiana.

Em sua fala, Neto afirmou que a Bahia enfrenta um cenário de “impunidade recorde” e defendeu uma mudança de comando no Palácio de Ondina como solução para a crise. Ele criticou a abordagem do atual governo no combate ao crime, afirmando que “Jerônimo acha que tem que tratar bandido com amor e carinho. Eu acho que bandido tem que ser tratado como bandido”. Para ele, a reversão da situação requer “vontade, decisão e coragem”.

O ex-prefeito enfatizou que a segurança pública e a saúde devem ser prioridades na agenda do estado, e essas pautas serão centrais na plataforma da oposição. No que diz respeito à segurança, ele propôs valorização das polícias, melhorias salariais, fortalecimento das carreiras, investimentos em tecnologia e inteligência policial, além de uma reestruturação do sistema prisional. “Presídio não pode ser hotel. Não pode ter cela com ar-condicionado, micro-ondas, uísque caro. Preso com celular é uma loucura. Presídio tem que ser de segurança máxima e impedir qualquer comunicação com o mundo externo”, afirmou, mencionando irregularidades no Conjunto Penal da Lemos de Brito, em Salvador.

ACM Neto também fez uma comparação entre a Bahia e estados que conseguiram reduzir a criminalidade, citando Goiás como exemplo. “Em Goiás, a violência caiu porque o governador jogou duro. Aqui, não se investiga, não se pune. A Bahia é hoje o estado número um em impunidade no Brasil”, declarou. Além da repressão, ele ressaltou a importância de políticas sociais voltadas para a juventude, afirmando que muitos jovens da periferia sonham em entrar para facções.

Na área econômica, Neto criticou o novo pedido de empréstimo feito pelo governo Jerônimo Rodrigues, que, segundo ele, já soma o 23º da atual gestão e se aproxima de R$ 30 bilhões. “É muito dinheiro. Dava para construir duas pontes Salvador-Itaparica ou resolver os problemas da saúde pública no Estado”, disse. Ele questionou a falta de resultados práticos, perguntando: “Onde está esse dinheiro? O que isso melhorou na vida do povo da Bahia? O governador está endividando o futuro do Estado”.

ACM Neto também abordou a situação da saúde pública, mencionando a superlotação em hospitais e pacientes aguardando regulação em corredores e ambulâncias. “Com tanto recurso, dava para ter feito muita coisa”, completou.

Durante sua agenda em Feira de Santana, Neto destacou a importância estratégica do município para o fortalecimento do União Brasil. Ao lado dos prefeitos José Ronaldo de Carvalho (Feira de Santana) e Bruno Reis (Salvador), além do novo presidente municipal do partido, Zé Chico, ele afirmou que a legenda busca ampliar sua presença no município e construir bancadas fortes na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. “O orgulho que temos da gestão e da liderança de Zé Ronaldo é muito grande. Feira pode contribuir decisivamente para a grande mudança que a Bahia deseja nas próximas eleições”, afirmou.

Sobre as eleições de 2026, Neto mencionou que mantém diálogo constante com José Ronaldo, que terá um papel de destaque no processo eleitoral. “Zé é um dos maiores líderes do nosso partido e será uma voz de peso na eleição do próximo ano”, destacou.

O ex-prefeito também criticou a situação da BR-324, classificando-a como uma “esculhambação” e responsabilizando os governos estadual e federal, ambos do PT, pela falta de solução definitiva. “Era para essa rodovia estar duplicada, com o dobro da capacidade. O que se vê são tapa-buracos mal feitos, acidentes e prejuízo para quem transita todo dia”, relatou, mencionando reclamações frequentes de caminhoneiros.

Por fim, ACM Neto afirmou que as articulações para a eleição de 2026 estão avançadas, citando União Brasil, Progressistas, PL, Republicanos e PSDB como base da aliança oposicionista. Ele informou que a definição da chapa majoritária deve ocorrer até março. “O nosso compromisso é apresentar à Bahia uma alternativa sólida para disputar o governo e promover a mudança que o Estado espera”, concluiu.

Além de Neto, estavam presentes os prefeitos Tiago da Central (Santo Estevão), Tarcísio (São Gonçalo), o vice-prefeito de Feira, Pablo Roberto, o vice-prefeito de Santanópolis, Paulo Ribeiro, os deputados estaduais Sandro Régis e Emerson Penalva, o ex-deputado federal Marcelo Nilo, além de 14 vereadores de Feira, ex-vereadores e lideranças da região.

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