Acordo sepulta as pretensões do líder do governo, Rosemberg Pinto, que desejava ocupar a vaga de Adolfo Menezes no comando da Assembleia
O presidente da Assembleia Legislativa (Alba), Adolfo Menezes (PSD), decidiu colocar em votação na próxima quinta-feira (30) a proposta que torna obrigatória a eleição automática para o comando da Casa na hipótese de vacância na presidência. Hoje, o Regimento Interno da Alba não faz menção ao rito a ser adotado. O que tornou a briga pela primeira vice-presidência da Assembleia um fator de tensão entre o PSD e o PT, no rastro da enorme possibilidade de que o Supremo vete o terceiro mandato consecutivo de Menezes. A aprovação da matéria, tida como certa entre líderes da base aliada e da oposição, confirma o acordo entre o governo Jerônimo Rodrigues (PT) e o senador Ângelo Coronel (PSD), conforme publicado mais cedo pela Metropolítica.
Entrou água
Pelo que foi acertado entre os líderes das bancadas governista e de oposição, respectivamente, Rosemberg Pinto (PT) e Alan Sanches (União Brasil), caso a segunda recondução de Adolfo Menezes à presidência da Casa caia diante do Supremo, o primeiro vice será obrigado a convocar, imediatamente, uma nova eleição para o cargo a ser realizada em 48 horas. A definição por um prazo curtíssimo joga água no chope de Rosemberg. O petista, que disputa o posto de primeiro vice, queria um calendário mais elástico – de 30 ou 60 para a realização de novo processo eleitoral. Achava que um ou dois meses no cargo seriam suficientes para que ele continuasse no cargo com a maioria dos votos dos 63 deputados estaduais. Com 48 horas, a conversa é diferente.
Xis da questão
A dúvida, agora, é se Rosemberg manterá a candidatura, já que o peso da caneta por dois dias não seriam mais interessantes para quem planejava mais tempo para consolidar a candidatura. Caso o petista abra mão da primeira-vice, o caminho fica pavimentado para que um dos herdeiros de Coronel, o deputado estadual Ângelo Filho (PSD), assuma o posto de número 2 da Alba e vire candidato de consenso da base após Adolfo Menezes ser barrado pela corte suprema.
Manda quem pode
Mesmo contrário ao prazo de 48 horas, Rosemberg Pinto foi obrigado a aceitar o cronograma por orientação do Palácio de Ondina, que gastou saliva para convencer Ângelo Coronel a aceitar o acordo, como forma de compensá-lo pela perda da vaga na chapa majoritária governista para 2026 e não deseja mais atritos. É que, segundo um importante aliado do governador Jerônimo Rodrigues, “não existe briga boa em política, salvo aquelas que são combinadas”.
Fonte: Metro1