O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio. Além disso, ela está ligada a alterações comportamentais e de humor, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, o que realmente está por trás da condição, considerada a forma mais comum de demência, ainda é motivo de dúvida para os especialistas. Mas também existe um outro mistério: por que as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver Alzheimer?
Diferenças biológicas entre os sexos podem ser a resposta
- A verdade é que ninguém sabe ao certo o que causa esta maior prevalência de casos em pacientes do sexo feminino.
- Uma das hipóteses que já foi levantada foi o fato das mulheres viverem mais do que os homens.
- No entanto, cientistas já descartaram esta possibilidade, afirmando que a expectativa de vida maior não poderia explicar tamanha diferença no número de diagnósticos.
- Uma outra possível explicação está nas diferenças biológicas entre os sexos.
- Neste sentido, um estudo recente defende que a menopausa pode ter alguma ligação com a doença.
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Qual a relação entre o Alzheimer e a menopausa?
Para discutir a possibilidade da menopausa influenciar nas chances de desenvolvimento do Alzheimer precisamos entender mais sobre os principais hormônios sexuais: o estrogênio, a progesterona e a testosterona. Eles são produzidos nos testículos e ovários e desempenham papéis cruciais no desenvolvimento sexual, reprodução e saúde geral.
Nas mulheres, o estrogênio e a progesterona são mais abundantes. No entanto, em determinada fase da vida delas, geralmente entre os 45 e 55 anos, a menstruação para permanentemente, marcando o fim da sua fase reprodutiva. Este processo é chamado de menopausa.
Em um novo estudo, publicado na revista Science Advances, cientistas identificaram que mulheres que fizeram terapia de reposição hormonal após os 70 anos de idade tinham níveis significativamente mais altos de acúmulo da proteína tau no cérebro, uma característica da doença de Alzheimer. Além disso, estas pacientes apresentavam maior declínio cognitivo.

Apesar de representar uma nova possível explicação para o maior número de casos da condição entre mulheres, a própria equipe responsável pelo trabalho aponta algumas limitação da pesquisa. Segundo eles, são necessários novos estudos para esclarecer esta suposta relação, o que poderia levar ao desenvolvimento de novos tratamentos contra a doença.
Trabalhamos com muitos dados secundários que já existem, e isso é ótimo, mas há limitações para o que podemos fazer com eles. Estamos tentando ver se podemos criar um novo desenho de estudo onde possamos realmente olhar para o momento da menopausa, o que está mudando no sangue, o que está mudando no cérebro, o que está mudando na cognição e como isso pode estar associado ao risco de vida posterior.
Rachel Buckley, professora da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo
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