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Anielle rebate Silvio Almeida, diz que postura intimida vítimas de assédio e fala em ‘estratégia repulsiva’

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Anielle rebate Silvio Almeida, diz que postura intimida vítimas de assédio e fala em ‘estratégia repulsiva’

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo
A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) 24 de fevereiro de 2025 | 14:03

Anielle rebate Silvio Almeida, diz que postura intimida vítimas de assédio e fala em ‘estratégia repulsiva’

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, rebateu nesta segunda-feira (24) as declarações do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida em que a acusou de ter “se perdido num personagem” no período em que o denunciou por importunação sexual.

Em posicionamento oficial, a ministra afirmou que o ex-colega de governo Lula (PT) usou o espaço público para desqualificar as denúncias e intimidar as vítimas de assédio. À época, Anielle afirmou ter sido uma das vítimas a denunciá-lo à organização Me Too Brasil.

“A tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em ‘fofocas’ e ‘brigas políticas’ é inaceitável. Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas”, diz nota da ministra.

Ainda no comunicado, Anielle reforça o direito à defesa do ex-colega, mas destaca que insinuar retaliações a quem denuncia os crimes é uma “estratégia repulsiva”.

“Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça.”

Em entrevista ao UOL divulgada nesta segunda, Silvio Almeida disse achar que Anielle “caiu numa armadilha, a falta de compreensão de como funciona a política —a armadilha em que eu caí também”.

“Não prestei atenção em coisas em que deveria ter prestado mais atenção. Ela, da mesma forma. Ela se perdeu num personagem. Para tentar me desgastar, ela participou desse espalhamento de fofocas e intrigas sobre mim.”

Dois inquéritos foram abertos para investigar o caso, um pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e outro no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PF. A investigação, que tem o ministro André Mendonça como relator, está sob segredo de Justiça.

Silvio Almeida vai prestar depoimento nesta terça-feira (25), na sede da Polícia Federal em Brasília.

Há uma semana, o ex-ministro publicou um manifesto nas redes sociais no qual afirmou que retomaria suas atividades públicas. “Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão nem ‘segunda chance’. Eu quero justiça.”

Mariana Brasil, Folhapress



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