O ex-secretário de Cultura e Turismo de Salvador, o empresário Pedro Tourinho, fez uma reflexão sobre o impacto da vinda de Lady Gaga ao Brasil para o show gratuito no Rio de Janeiro no projeto ‘Todo Mundo no Rio’, instituído em 2024 com a presença de Madonna.
Nas redes sociais, Tourinho exaltou o evento, que levou mais de 1.5 milhão de pessoas para as areias de Copacabana no último final de semana, movimentando R$ 600 milhões na economia local.
“Lady Gaga e Todo Mundo No Rio mostra para Deus e o mundo que mega eventos podem ser estratégias infalíveis para movimentar a economia de uma cidade. Os milhões investidos geraram bilhões de resultados, espalhados por toda economia formal e informal”, afirmou.
No mesmo texto, o ex-secretário afirmou que Salvador estava no mesmo caminho que o Rio. “Esse é o efeito que já conhecemos do carnaval, e o Rio tem agora mais um, em maio. Salvador está construindo seu Novembro”.
A referência ao mês 11 é ao Salvador Capital Afro, que desde 2023, celebra o mês da consciência negra com uma extensa programação para exaltar a ancestralidade.
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Em entrevista ao Bahia Notícias em julho de 2024, quando ainda era secretário, Tourinho, reforçou como estava sendo trabalhada a questão de tornar Salvador uma possibilidade de palco para shows internacionais para os grandes empresários.
Na época, o ex-secretário afirmou que estava tendo conversas com produtoras internacionais para que Salvador voltasse a receber turnês como antes.
O empresário ainda afirmou que a ausência de shows internacionais na capital não era simples de explicar e que não cabia apenas à gestão pública.
“Existe uma questão de mercado que você não resolve da noite pro dia. Mas a gente tá trabalhando muito para reverter a situação e acredito que em breve a gente possa ver esse trabalho trazer frutos mais significativos. É claro que isso não é tão simplista. A gente tem um conjunto de desafios que a gente tem que ir vencendo. O primeiro deles realmente é de percepção. Percepção de que aqui é um mercado e aí as pessoas vão fazer e terem um mercado. Para eles terem sucesso. A Beyoncé vir para cá foi um sinal importante de relevância. Então, a gente tem que provocar essas experiências aqui, essas possibilidades. As pessoas têm que colocar isso aqui no roteiro”.
Artistas internacionais que já se apresentaram em Salvador (Foto: Reprodução)
Ao BN em 2024, o empresário Marcelo Britto, da Salvador Produções, falou sobre a estratégia que precisa ser feita para que a capital baiana seja a escolha e não uma opção dos empresários quando se trata de shows internacionais.
“A gente precisa travar uma agenda Nordeste para que o artista não faça apresentações em Salvador, Fortaleza e Recife, por exemplo, e escolham esses destinos. Que seja Salvador a capital do Nordeste. Seria muito mais fácil um cara sair de Maceió, Aracaju, Recife e vir para Salvador do que ir para São Paulo”, afirma.
Quanto a espaço para receber um show da magnitude do que foi feito por Lady Gaga em Copacabana, não há registros de eventos gratuitos com público maior que 1 milhão que não seja o Carnaval.
Em um comparativo com os eventos abertos ao público na capital baiana que tiveram superlotação, há o show de Thiago Aquino no Parque de Exposições em 2022, que o limite do espaço era 100 mil pessoas, e o Festival Virada na noite de Ano Novo, que acontece na antiga Arena Daniela Mercury, com 500 mil pessoas, de acordo com números do prefeito Bruno Reis.
Outro show gratuito que aconteceu em Salvador foi o evento em celebração aos 467 anos da cidade, com Caetano Veloso e Gilberto Gil. O evento gratuito foi realizado no Farol da Barra e reuniu cerca de 150 mil pessoas.