







A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado americano desencadeou uma onda de indignação nas redes sociais. Em resposta à medida, milhares de brasileiros passaram a criticar Trump diretamente em seu perfil oficial no Instagram, levando o político a restringir os comentários em suas publicações.
Donald Trump trancou os comentários de suas postagens na quarta-feira. Naquela noite, já não era mais possível interagir nas publicações, que passaram a exibir a mensagem: “os comentários nesta publicação foram limitados”. Já nesta quinta-feira, embora a interface do Instagram sugira que a função está liberada, qualquer tentativa de escrever algo é automaticamente bloqueada, com o alerta: “não é possível realizar seu comentário”.
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Com frases como “deixe o Brasil em paz”, “Brasil soberano” e “não somos terra sem lei”, internautas brasileiros expressaram descontentamento com a nova política tarifária. Uma usuária comentou de forma incisiva: “O Brasil é soberano, você não tem direito sobre o Brasil”. Outro usuário recorreu a trechos do Hino Nacional como forma de protesto direto: “O Brasil não é seu quintal. Só pra você lembrar do nosso hino: ‘Conseguimos conquistar com braço forte’, ‘desafia o nosso peito a própria morte’, ‘gigante pela própria natureza’”.
Apesar da predominância de críticas, algumas mensagens de apoio a Trump também foram registradas entre os comentários antes do bloqueio.
O comunicado oficial do republicano ainda mencionou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2023. A menção foi interpretada por especialistas como um indicativo de que a decisão de Trump tem um viés político. “Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”, observou o economista e Nobel Paul Krugman.
O posicionamento americano provocou reação imediata de setores da indústria e do agronegócio brasileiro, que alertaram para os riscos às exportações e à preservação de empregos no país.
Em pronunciamento após o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a medida e reiterou a autonomia brasileira diante de pressões externas. “O país não aceitará ser tutelado por ninguém”, afirmou.
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