O caso no Rio Grande do Sul trouxe à tona os perigos do elemento, conhecido há mais de 3 mil anos e que causa uma a cada 16 mortes em Bangladesh.
O que é o arsênio e por que ele é tão perigoso?
O arsênio é um elemento químico natural amplamente encontrado no solo, na água e em minerais. Durante séculos, foi apelidado de “rei dos venenos” por sua alta toxicidade e seu uso histórico em crimes e guerras. Hoje, o arsênio ainda representa uma séria ameaça, especialmente em locais onde a água potável é contaminada por esse elemento.
A intoxicação por arsênio ocorre principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados, pela inalação de poeira tóxica ou pelo contato direto com solos e substâncias que contenham o elemento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas estão expostas ao arsênio em níveis perigosos, especialmente em regiões onde o controle de qualidade da água é deficiente.
Principais formas de exposição ao arsênio
O contato com arsênio pode ocorrer de diferentes maneiras:
• Água contaminada: A principal fonte de exposição ocorre em regiões onde os lençóis freáticos possuem níveis elevados de arsênio.
• Alimentos cultivados em solos contaminados: Arroz e vegetais podem acumular o elemento.
• Ambientes industriais e mineração: Profissionais dessas áreas são expostos ao arsênio por meio de poeiras e resíduos.
• Pesticidas antigos: Apesar de seu uso ter sido reduzido, esses produtos ainda contaminam áreas agrícolas.
Sintomas e perigos da intoxicação por arsênio
Os efeitos da intoxicação podem ser agudos ou crônicos, dependendo da intensidade e duração da exposição:
• Intoxicação aguda: Os sintomas incluem vômitos, diarreia, dor abdominal, fraqueza muscular e problemas respiratórios. Em casos graves, pode levar à falência de órgãos.
• Intoxicação crônica: Apresenta sintomas a longo prazo, como lesões cutâneas (manchas escuras e engrossamento da pele), alterações neurológicas, hipertensão e aumento do risco de câncer, especialmente no pulmão, pele e bexiga.
Especialistas alertam que mesmo exposições pequenas, mas constantes, podem causar efeitos devastadores à saúde.
Diagnóstico e tratamento da intoxicação por arsênio
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais que detectam níveis elevados de arsênio em amostras de sangue, urina, cabelo ou unhas. O tratamento depende do estágio da intoxicação e pode incluir:
• Terapia de quelação: Uso de medicamentos para remover o arsênio do organismo.
• Interrupção imediata da exposição: Identificar e evitar a fonte de contaminação é essencial.
• Apoio clínico: Cuidados médicos para controlar os sintomas e prevenir complicações graves.
Como prevenir a exposição ao arsênio
Medidas preventivas podem reduzir significativamente os riscos:
• Monitoramento da água potável: Investir em tecnologias para identificar e remover arsênio.
• Consumo de alimentos seguros: Testar produtos agrícolas em áreas potencialmente contaminadas.
• Uso de equipamentos de proteção: Profissionais em indústrias de risco devem usar máscaras e luvas adequadas.
• Educação e conscientização: Informar comunidades vulneráveis sobre os riscos e soluções disponíveis.
Conclusão
A intoxicação por arsênio é um problema de saúde pública que exige atenção global. Além dos danos à saúde humana, ela afeta a qualidade de vida de populações inteiras expostas a fontes contaminadas. Investir em prevenção, diagnóstico e tratamento é fundamental para mitigar os riscos e garantir um futuro mais seguro.
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO