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Artes rupestres desconhecidas de 500 anos são reveladas após recuo do mar no Havaí

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Pela primeira vez desde 2016, o recuo da maré revelou completamente um painel de 35 metros de artes rupestres em Waianae, no Havai

Obras ancestrais têm de 15cm a 2 metros e estão dispostas em um painel de 35 metros.
Obras ancestrais têm de 15cm a 2 metros e estão dispostas em um painel de 35 metros. (Imagem: Nathan Wilkes)

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Na paradisíaca Costa de Waianae, no Havaí, o recuo da maré revelou um painel de 35 metros de antigas artes rupestres havaianas. São 26 desenhos de 15 centímetros a 2 metros de altura, que retratam figuras humanas e formas abstratas, cravadas em arenito pelos povos da região há mais de 500 anos.

Arqueólogos documentaram essas obras rupestres pela primeira vez em um projeto que durou de 2016 a 2017. Atualmente, elas são preservadas pelo Programa de Gestão de Recursos Culturais da Guarnição do Exército dos EUA.

“Mudanças sazonais na maré e na energia das ondas deslocaram as areias ao longo da praia e expuseram completamente esses petróglifos (gravuras em rocha). Esta é a primeira vez desde 2016 que todo o painel fica visível”, disse Dave Crowley, gerente do programa de recursos culturais, em um comunicado.

As figuras gravadas em arenito estão na área do Centro Recreativo do Exército de Pililaau, na ilha de ilha de Oahu, no Havaí.
As figuras gravadas em arenito estão na área do Centro Recreativo do Exército de Pililaau, na ilha de ilha de Oahu, no Havaí. (Imagem: Nathan Wilkes)

Figuras havaianas podem ter até 600 anos, disseram arqueólogos

Segundo os pesquisadores, 18 dos desenhos assemelham-se a figuras humanas em poses dinâmicas e 8 aparentam ser genitais masculinas. A figura maior parece estar com uma mão estendida para o céu e outra apontando para o solo, o que pode estar ligado às fases da agricultura e ao ciclos solares.

Os registros em rocha foram datados com base nos sítios arqueológicos próximos. A equipe estima que as obras podem ter até 600 anos, embora determinar uma data exata seja uma tarefa difícil e necessite de mais pesquisas.

O grupo administra o local para evitar que as atividades do exército dos EUA não prejudiquem o patrimônio histórico. Há também um contato constante com as comunidades nativas para que visitas turísticas sejam feitas com respeito às obras rupestres e a cultura que carregam.

Tecnologias modernas, como a fotogrametria 3D, também são utilizadas pela equipe para registrar digitalmente as figuras com alta precisão, possibilitando uma exploração virtual desses vestígios do passado.

“Administrar essas terras é vital para a nossa missão. Ao proteger sítios culturais como essas artes rupestres, honramos a herança do Havaí e construímos laços comunitários mais fortes”, concluiu Crowley.

Samuel Amaral

Redator(a)

Samuel Amaral é jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP) e estagiário de Ciência e Espaço no Olhar Digital.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.


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