O deputado alagoano Arthur Lira (PP), 55 anos, encerra em janeiro de 2024 um dos períodos mais marcantes à frente da Câmara dos Deputados. Durante seus dois mandatos como presidente, consolidou o centrão como a principal força política do Congresso e liderou a aprovação de projetos controversos e estratégicos, sempre com o controle absoluto sobre as emendas parlamentares, que atingiram R$ 50 bilhões no auge de sua gestão.
Lira destacou-se por exercer um poder quase imperial no Legislativo, pautando votações relâmpago e alterando o regimento interno para limitar a ação das minorias. Sob seu comando, medidas de grande impacto, como a Reforma Tributária, avançaram, enquanto outras, como o PL da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, permaneceram sem resolução.
A polêmica gestão de Arthur Lira
Embora tenha sido elogiado por aliados, que destacam o fortalecimento do Legislativo durante sua gestão, Lira enfrentou críticas severas. Adversários o acusam de centralizar decisões e de negociar em bases pouco republicanas. “Ele foi a figura que mais tirou autonomia dos deputados”, declarou Ivan Valente (PSOL-SP).
Além disso, sua trajetória foi marcada por investigações e processos judiciais, como o caso dos kits de robótica, no qual obteve vitória no STF em 2023. Outros episódios, como a acusação de agressão à ex-mulher, também foram encerrados a seu favor ao longo dos anos.
Projeções para o futuro
Lira encerra seu mandato articulando a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo. Essa indicação, que torna Motta o favorito, é vista como um movimento inédito nas últimas décadas e reforça a capacidade de articulação do alagoano.
Apesar de negar publicamente, Lira é cotado para um ministério no governo Lula e mantém a possibilidade de uma candidatura ao Senado em 2026. Seu discurso de despedida, no entanto, foi breve e focado no desejo de “voltar ao chão de fábrica” da Câmara.
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO
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