Um avião oficial do governo de Nicolás Maduro efetuou um pouso incomum na cidade de Santa Helena de Uairén, localizada na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, na noite de sexta-feira (28/11). O evento se desenrolou em um período de crescente tensão entre Caracas e Washington, impulsionada pelas declarações de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que elevou o tom ao ameaçar o fechamento completo do espaço aéreo venezuelano.

De acordo O avião permaneceu no aeroporto por aproximadamente 40 minutos antes de retornar a Caracas às 21h50. A cidade venezuelana está situada a cerca de 250 km de Pacaraima (RR), uma distância que pode ser percorrida em aproximadamente três horas de carro. Até o momento, não há confirmação oficial sobre a presença de Nicolás Maduro a bordo da aeronave.

O Airbus que se deslocou até a fronteira é o mesmo utilizado por Maduro durante sua visita ao Brasil em 2023, quando participou da cúpula de presidentes da América do Sul. Naquele ano, o voo foi acompanhado por uma segunda aeronave mantida sob total sigilo, com dados bloqueados nos sistemas públicos. O avião é registrado como propriedade do governo venezuelano e operado pela estatal Conviasa. Desde 2020, a aeronave está sob sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), dos EUA, o que permite sua apreensão caso entre em território norte-americano ou de países aliados da Casa Branca.

Escalada Diplomática

Relações Tensão Entre Países

O pouso ocorre em um momento de forte deterioração das relações entre Estados Unidos e Venezuela. Neste sábado (29/11), Trump publicou um comunicado afirmando que o espaço aéreo venezuelano deve ser considerado “totalmente fechado”, mensagem dirigida a companhias aéreas e pilotos. “A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas: considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado”, escreveu o presidente dos EUA.

Reação do Governo Venezuelano

Em nota, o chanceler Yván Gil chamou a declaração de uma “ameaça explícita de uso da força”, o que violaria o Artigo 2, parágrafo 4, da Carta da ONU. Caracas acusa Washington de interromper 75 voos de repatriação do programa “Volta à Pátria”, que já teria trazido de volta 13.956 venezuelanos ao país.

Aprofundamento da Crise

A crise também se aprofunda após a revelação de que Trump manteve uma conversa telefônica com Maduro nesta semana, segundo o New York Times. Os dois têm trocado acusações públicas e se apresentam como adversários diretos, enquanto os EUA afirmam intensificar ações contra o narcotráfico internacional supostamente ligado ao regime venezuelano.

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Fonte: https://gazetabrasil.com.br