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Avós são chefes de família em 12,5% dos lares baianos

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Morar com avó ou avô é uma realidade que muitos passaram durante a infância ou por toda a vida. E na Bahia não é diferente, mas o cenário desses familiares que convivem juntos na mesma residência chamou atenção por conta das proporções registradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

 

O levantamento, acessado pela reportagem, mostrou que quase todos os avós que moram na mesma casa que seus netos/as são os responsáveis por esses domicílios, representando uma taxa de 98,2%, e um total de 638.384 figuras familiares. Foi notificado  12,5% do total de domicílios ocupados chefiados por avós ou avós.

 

Apesar de não ser um termo usado pelo IBGE, a identificação de um “chefe de família” segue a lógica da pessoa designada pelos moradores como a principal responsável pela unidade familiar. Apesar de não ser uma designação com caráter jurídico formal, reflete a dinâmica familiar e quem é visto como o líder ou provedor principal do lar.

 

Outro dado apontou que 650.297 avós ou avôs moravam na mesma casa que seus netos ou netas, em todo o estado, durante 2022, ano do último Censo. 

 

O número corresponde a 4,6% de todas as pessoas que moravam em domicílios particulares na Bahia. No entanto, a proporção de residências com a presença de um ancião e seus netos registrou uma queda, na comparação com o penúltimo Censo, quando mais de 800 mil avós moravam com seus avós. 

 

PERFIL 

Segundo os números do IBGE disponibilizados ao Bahia Notícias, 7 em cada 10 avós chefes de domicílios são mulheres. O número corresponde a uma proporção de 68,7% ou 438.659 total. 

 

Outra informação é de 6 em cada 10 avós chefes de família são pardas/os, 3 são pretas/os e 1 é branca/o. Já 4 em cada 10 avós chefes de família têm menos de 60 anos de idade. 

 

A pedagoga aposentada Maria da Conceição Elias de Souza revelou sobre a experiência de conviver com dois de seus cinco netos e do amor que sente por cada um. 

 

“A experiência de morar com eles é boa, gostosa e diferente. O amor de neto é o amor doce. Um amor com carinho. O amor que independe de qualquer coisa, de qualquer comportamento. Não quero que nada toque, não quero que sofra”.

 

A idosa contou ainda sobre o desejo de acompanhar o crescimento de seus netos em diferentes ciclos da vida. 

 

“O que peço é que Deus tome conta deles e que trilhe essa caminhada junto com eles, para que o aprendizado seja completo. Peço para conseguir ver meus netos se desenvolverem, ver minha neta se formar, meus netos entrarem na faculdade… É um sentimento gostoso, o sentimento doce, o sentimento que só nós, avós e avôs, sabemos”, observou. 

 

Foto: Acervo Pessoal 

A advogada Thais Lamarca, de 25 anos, mora com dona Lindaura Sena Gomes, de 75 anos, desde a infância. Segundo ela, ter a segunda mãe auxiliou também em sua criação, já que a avó contribuiu para suas atividades ao decorrer da vida.  

 

“Morar com minha avó fez total diferença no meu crescimento e na minha vida. Ela é uma mãe pra mim mesmo. Quando eu era pequena, minha mãe passava muito tempo no trabalho e eu sempre ficava com minha avó. Ao longo do dia, ela me buscava na escola, me ajudava com os deveres de casa”, lembrou. 

 

A jovem disse também sobre ser mimada dentro de casa por conta da morada com a familiar. 

 

“Um mimo maior com certeza são as comidas. Ela tem esse tipo de demonstração, de afeto, através da comida. E o cuidado dela de sempre estar prestando atenção e fazer alguma coisa pra mim, quando eu preciso, quando eu estou apertada com o tempo, ela demonstra muito esse afeto, esse carinho através da comida”, indicou.

 

Foto: Acervo Pessoal 


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