Neste domingo (27), às 15h, Bahia de Feira e Galícia entram em campo na Arena Cajueiro, em Feira de Santana, para decidir o título da Série B do Campeonato Baiano de 2025. Em vantagem após vencer o jogo de ida por 1 a 0, com gol de Ronan, o Tremendão precisa apenas de um empate para levantar a taça. Já o Galícia, que busca reverter o placar e conquistar o tetracampeonato da competição, vai à Feira com a missão de vencer fora de casa.
Seis títulos da Série B do Campeonato Baiano vão entrar em campo neste domingo. 1982, 1986 e 2009 estão marcados na história do Bahia de Feira, enquanto 1985, 1988 e 2013 estão escritos na memória do Galícia. Mas nesta semana, o que mais importa para os dois clubes é 2025. No final da noite, apenas um destes vai poder dizer que é o maior campeão do segundo escalão do futebol baiano.
Para chegar até aqui, o time de Feira de Santana terminou a primeira fase em segundo colocado e o Azulino encerrou a fase de grupo na quarta colocação. Na semifinal, o Bahia de Feira eliminou o maior rival, o Fluminense de Feira, ao vencê-los por 3 a 0. No caso do Galícia, para bater o Itabuna, depois de dois placares de 0 a 0, foi necessário ganhar a disputa de pênaltis por 9 a 8.
Por um lado, o presidente do Bahia de Feira, Thiago Souza, afirmou que o elenco e toda comissão está muito focada no jogo de volta, onde não comemorou de forma mais efusiva o acesso para a elite do do futebol baiano depois de eliminar o maior rival Fluminense de Feira na semifinal, mas que lembraram que precisavam manter os olhos focados na final, pois um novo desafio os esperava: a conquista do título da Segunda Divisão.
“A gente tá muito focado nesse jogo de domingo. Desde quando tivemos o acesso, a gente nem comemorou o nosso acesso, não tivemos nenhum tipo de festa. Claro que internamente foi um alívio muito grande, mas o futebol, ele é movido por objetivos e a cada fase que você vai conquistando, o novo objetivo surge. Então, o nosso maior objetivo agora é conquistar esse título na nossa casa, contra o Galícia”, declarou.
Para Thiago, a vantagem do empate não garante nada. “Lógico que a gente tem a vantagem de empate, mas isso não é uma vantagem significativa, porque o time do Galícia é um time muito competitivo, um time muito forte fisicamente e a gente sabe que tem que entrar com tudo, totalmente concentrado para que a gente possa conseguir fazer o nosso dever de casa. Vai ser um jogo muito difícil, como foi no último domingo (20), lá no Joia da Princesa”, ressaltou.
Foto oficial do elenco do Bahia de Feira que disputou o Baianão Série B 2025 | Foto: Bahia Esportiva
Do outro lado da força, o discurso tem o mesmo caminho e segue na linha do equilíbrio. Edson Fabiano, técnico do Galícia, relembrou a campanha do clube durante o torneio e disse que o Demolidor de Gigantes fez uma trajetória com os pés no chão.
“Na verdade, fizemos um trabalho com os pés no chão. A gente sabia até onde poderíamos chegar, as nossas dificuldades, os nossos concorrentes. Tivemos uma tabela complicada no início, porque enfrentamos equipes com um poder forte, uma boa montagem de elenco. O próprio SSA na estreia foi um jogo muito nervoso. Vencemos, mas foi complicado”, disse.
A campanha do Galícia nas semifinais foi alvo de polêmica após dois empates com o Itabuna. Críticas surgiram sobre uma suposta estratégia de levar o confronto para os pênaltis. Em entrevista ao podcast BN na Bola, Fabiano e o diretor de futebol Jayme Brandão negaram qualquer intenção de buscar o empate.
“A gente nunca entra para empatar o jogo. Isso não existe para nenhum treinador. Entramos para vencer, mas dentro da partida você adapta estratégias. Houve momentos em que o Galícia foi melhor, outros em que o Itabuna dominou. Mas foram dois empates justos e fomos mais competentes nas penalidades”, afirmou o treinador.
Jayme Brandão reforçou a ideia: “De forma nenhuma entramos pensando nos pênaltis. Quem assistir aos melhores momentos vai ver que os dois times criaram chances claras. Nosso goleiro Eduardo foi muito bem, assim como o deles, Ítalo. Tentamos vencer até o fim. Só nos minutos finais percebemos que fisicamente ninguém tinha mais perna, então era melhor segurar. Mas isso foi só nos acréscimos”.
Foto oficial do elenco do Galícia que disputou a Série B do Baiano 2025 | Foto: Valder Silva / Galícia EC
O Galícia eliminou o grande favorito ao título e se credenciou para disputar uma das finais mais equilibradas dos últimos anos. Jayme Brandão destacou o nível da competição.
“Foi um campeonato muito difícil, com times como Fluminense de Feira, que trouxe nomes conhecidos como Rogério e Kieza, e o Itabuna, que vinha invicto. O Bahia de Feira, que muitos duvidavam após o rebaixamento, surpreendeu. Tirando talvez Teixeira de Freitas, Grapiúna e o Leônico, todos os outros jogos foram equilibrados”, avaliou o dirigente.
Fabiano completou a ideia afirmando que a final também poderia ter a presença das equipes que foram eliminadas na fase semifinal: Fluminense de Feira e Itabuna.
“Galícia e Bahia de Feira chegaram com méritos à final, mas poderiam ser outras equipes, como Itabuna, Ipiranga ou até o Fluminense. Isso mostra o quanto o torneio foi competitivo”, concluiu.
A disputa vai além do título da Segunda Divisão do Campeonato Baiano de 2025 ou de quem se torna o maior campeão isolado do torneio, Bahia de Feira e Galícia também lideram a artilharia da competição. Patrick Carvalho, do Tremendão, e o colombiano Juan Palacios, do Demolidor de Gigantes, são os maiores marcadores da atual edição da Série B com sete gols cada. O jogo do próximo domingo pode ser o cenário perfeito para um dos matadores decidir o destino da taça e, de quebra, levar a chuteira de ouro para casa.
Elogiando o desempenho coletivo do seu elenco e minimizando a pressão individual sobre Patrick ou Ronan, Thiago Souza ressaltou que Patrick Carvalho é sim muito importante para a campanha do Bahia de Feira, mas que o grupo como um todo foi preponderante para o Tremendão chegar até aqui.
“Não só o Patrick ou Ronan, eu acho que a gente formou um grande grupo, se você olhar aí em cada partida diferente, um jogador sobressaiu, isso mostra a força do grupo. A gente entende que um time não chega no desenrolar da competição e sim um grupo, porque existem várias nuances que acontecem ao longo da trajetória do time dentro de uma competição, seja cartão, seja lesão, seja a própria queda técnica do atleta, que isso pode acontecer em determinado momento da competição, mas nós tivemos grandes atletas”, analisou o mandatário.
Jogadores do Bahia de Feira comemorando acesso para Primeira Divisão do Baiano | Foto: Bruno Menezes
Do lado Azulino da força, Edson Fabiano revelou que o atacante colombiano Juan Palacios foi uma indicação do diretor de futebol Jayme Brandão, que já conhecia o atleta e enviou vídeos para o técnico, que aprovou a contratação de forma imediata. Edson ainda acrescentou que o jogador é dedicado e corajoso, concluindo que foi uma boa compra do clube.
“Palacios foi uma indicação de Jayme, que já acompanhava o atacante, já o conhecia e me passou um vídeo. Eu aprovei de imediato. Eu percebi a característica de um bom finalizador, e ele é muito trabalhador, muito dedicado, tem trabalhado bastante. É um atacante corajoso também, tem uma boa finalização e realmente foi uma boa aquisição para o Galícia e que deu certo”, avaliou.
Juan Palacios durante partida do Galícia na Série B do Baianão 2025 | Foto: Reprodução/Redes sociais
Mesmo que garantidos no Campeonato Baiano 2026, nenhuma das duas equipes querem sair com a derrota após o apito final. Com um discurso otimista, Edson Fabiano pelo Galícia e Thiago Souza pelo Bahia de Feira chegam na decisão da Segunda Divisão com um objetivo claro: gritar “é campeão”.
Edson ainda enfatizou que a parceria com Jayme Brandão e a parceria com a diretoria no geral foram primordiais para a equipe apresentar um desempenho em alto nível ao ponto de chegar até a final, eliminando um dos grandes favoritos: o Itabuna, que era líder invicto até a semifinal, dando adeus ao torneio, inclusive, sem ter perdido no tempo normal, tendo em vista que os dois jogos da fase terminaram em 0 a 0, com o Galícia se classificando após disputa de pênaltis.
“No meio do processo, como eu disse, essa confiança que eu tinha da diretoria, essa parceria que eu tive com Jayme (diretor), em todos os momentos, nos momentos em que não conseguimos resultados, não encontramos culpados pelas derrotas. Nos tropeços, a confiança sempre esteve em alta, na condição da gente conseguir os resultados que nos levaram, primeiramente, entre as quatro melhores equipes, que era o nosso primeiro objetivo, e depois conseguir o acesso. No confronto contra o Itabuna existia aquela coisa deles serem os líderes invictos, mas sabemos que depois da primeira fase, quando chega no mata-mata, zera tudo. Em nenhum momento tivemos medo de não classificar, de não conseguir, porque estávamos muito convictos do que a gente fez, do elenco que montamos. Então as coisas aconteceram no momento certo e passamos do Itabuna e estamos na final. Apesar de termos perdido o primeiro jogo, vamos trabalhar muito nessa semana para conquistar esse título”, disse o treinador.
Thiago reforçou a importância de escrever o nome na história e fazer esse feito conquistando títulos. Para ele, a coroação da campanha brilhante do Tremendão, que aplicou goleadas, tem o ataque que mais marcou gols, um dos artilheiros da competição e eliminou o maior rival no mata-mata com requintes de crueldade, vem com a taça da Série B.
“Queremos fazer como a gente vem fazendo no campeonato e coroar essa competição com chave de ouro, que é, além do acesso, conquistar o título, que é o que faz a história do clube. O clube é feito de conquistas e nada melhor do que retornar à Primeira Divisão do Campeonato Baiano com a conquista desse troféu”, concluiu Thiago Souza.
A bola vai rolar em Feira de Santana com mais do que um troféu em jogo. Em campo, estarão a história e a chance de marcar 2025 como o ano da reconstrução, anunciando a volta para onde nunca deveriam ter saído: a elite do futebol baiano.
Descubra mais sobre Euclides Diário
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.