A velha prática de se esconder atrás do poder para escapar da justiça ganha novos capítulos na Bahia. O ex- prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, e o deputado federal Félix Mendonça Júnior parecem estar seguindo à risca o manual da velha política: oferecer apoio incondicional ao governador Jerônimo Rodrigues em troca de proteção contra denúncias explosivas que pode arruinar suas carreiras.
Luciano Pinheiro está afundado até o pescoço em investigações gravíssimas, sendo alvo direto das operações Graft e Rumos e Prumos, que expõem um possível esquema criminoso de corrupção, desvio de verbas públicas e fraudes licitatórias em sua gestão. Mesmo com seu nome manchado, ele tenta se manter politicamente relevante e protegido, colando-se à figura do governador como se isso fosse suficiente para apagar seu histórico de escândalos.
Do outro lado, Félix Mendonça Júnior, envolvido na Operação Overclean, também parece ter adotado a estratégia da sobrevivência política a qualquer custo. Com o nome citado em investigações que tratam de lavagem de dinheiro e suspeita de desvio de emendas parlamentares , o deputado vem se aproximando cada vez mais do governo estadual, em uma jogada que muitos enxergam como um claro movimento de autoproteção, e não de convicção política.
É evidente que o apoio ao governo Jerônimo virou moeda de troca. Não se trata de projetos, ideologias ou compromisso com a população. O que está em jogo é a tentativa desesperada de escapar da responsabilização, de manter privilégios e de se blindar contra a justiça usando o poder como escudo.
Essa postura é um tapa na cara do povo baiano, que assiste a líderes políticos usando o Palácio de Ondina como abrigo contra seus próprios crimes. A democracia vira palco de barganhas sujas, enquanto os interesses da população são deixados de lado.
Luciano Pinheiro quer blindagem. Félix Mendonça tenta se distanciar do desgaste. Jerônimo vira o ponto de apoio de quem teme a verdade vindo à tona.
O povo baiano merece mais do que acordos de bastidor e alianças de conveniência. Quando o apoio político vira moeda para escapar da justiça, a democracia é quem paga o preço.
Washington Logan
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