



A Polícia Penal do Distrito Federal iniciou, nessa terça-feira (26/8), a vigilância 24 horas na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida integra o pacote de restrições impostas ao ex-chefe do Executivo, que está em prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Para o cumprimento da ordem de Moraes, um esquema emergencial foi montado já na terça-feira, com agentes posicionados à paisana e utilizando viaturas descaracterizadas. Segundo apuração da coluna, nesta quarta-feira (27/8) a vigilância passou a contar com escala definida, ponto de apoio fixo na guarita do condomínio e estrutura específica para o monitoramento contínuo.
Fontes ouvidas pela reportagem informaram que os policiais foram bem recebidos pelos seguranças do local, por moradores do condomínio e pelo próprio ex-presidente, que foi comunicado oficialmente da medida.
De acordo com integrantes da segurança, os agentes permanecem posicionados em turnos ininterruptos na entrada principal e nos arredores do condomínio. Eles têm acesso à guarita de vigilância privada como ponto de apoio e mantêm contato direto com centrais de monitoramento da Polícia Penal e do sistema de monitoramento eletrônico que acompanha a tornozeleira de Bolsonaro.
Decisão do STF e justificativa para a medida
No despacho, Moraes determinou o monitoramento “em tempo real”, mas com discrição para evitar “exposição indevida, midiática ou perturbação da vizinhança”. O ministro também proibiu medidas intrusivas no ambiente doméstico e deixou a critério da Polícia Penal o uso de uniformes e armamento.
A ordem foi expedida após a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendar reforço na segurança, depois de ofício enviado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT) à Polícia Federal (PF), que apontou risco de fuga. O parlamentar baseou-se em investigação que encontrou no celular de Bolsonaro a minuta de um pedido de asilo ao governo da Argentina.
“A obtenção de informações sobre um plano de fuga, somada à proximidade geográfica e à conjuntura política e investigativa, indica a necessidade de reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial do investigado”, argumentou a PGR em manifestação ao STF.
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