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Brasil homologa raça de ovinos, resistente à seca e adaptada ao semiárido

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Nova raça, fruto de 15 anos de pesquisas, mantém peso mesmo em tempos de estiagem e promete revolucionar a ovinocultura nordestina

Após 15 anos de pesquisas e melhoramento genético, o Brasil homologou oficialmente a raça de ovinos Soinga, desenvolvida especialmente para a criação em regiões de clima seco. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destacando que a nova raça mantém seu peso mesmo em períodos de estiagem. A Soinga é resultado do cruzamento entre as raças Somalis Brasileiro, Morada Nova e Bergamácia Brasileira, unindo resistência, produtividade e adaptabilidade.

A homologação dessa raça é um marco para a ovinocultura no semiárido, uma vez que a principal dificuldade enfrentada pelos criadores é a perda de peso dos animais em tempos de seca. Com a Soinga, os produtores poderão garantir maior eficiência na criação, reduzindo custos com suplementação alimentar e mantendo um nível produtivo sustentável.

Foto: Divulgação

Características da raça Soinga

1. Resistência à seca e adaptação ao semiárido

A principal vantagem da Soinga é a sua incrível capacidade de adaptação às condições adversas do clima seco. Diferente de outras raças, que sofrem grandes perdas de peso durante a estiagem, a Soinga mantém sua condição corporal, garantindo maior previsibilidade e estabilidade para os criadores.

2. Boa aptidão para produção de carne

Os ovinos Soinga possuem bom desenvolvimento muscular, resultando em uma carne de alta qualidade, com cortes valorizados no mercado. Isso representa uma oportunidade para os produtores ampliarem sua participação no setor de carne ovina, que vem crescendo no Brasil.

3. Habilidade materna e fertilidade

As fêmeas da raça Soinga apresentam excelente fertilidade e forte instinto materno, facilitando a reprodução e garantindo um aumento natural do rebanho. Isso favorece a rentabilidade da produção e contribui para a viabilidade econômica da atividade.

4. Peso e características físicas

Os machos da raça podem atingir até 70 kg, enquanto as fêmeas variam entre 40 e 60 kg. A pelagem predominante é branca, com algumas variações de marcações na cabeça e membros.

Impacto para os criadores e o futuro da raça

Com a homologação oficial pelo Ministério da Agricultura, a raça Soinga já está sendo registrada no banco genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). O Rio Grande do Norte é o estado com o maior número de criadores atualmente, mas a expectativa é que a raça se espalhe por todo o Nordeste e outras regiões de clima árido.

Os especialistas acreditam que essa inovação pode transformar a pecuária em áreas de seca, reduzindo a dependência de rações suplementares e garantindo um crescimento sustentável do setor. Além disso, a resistência da Soinga pode incentivar novos investimentos em pesquisa e melhoramento genético, impulsionando ainda mais a ovinocultura brasileira.

Com essa nova opção, os produtores terão uma alternativa mais segura para enfrentar os desafios climáticos e aumentar a eficiência produtiva de seus rebanhos. A Soinga não apenas representa um avanço genético, mas também um passo importante para o fortalecimento da pecuária no semiárido.

DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO

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