Cacá na cabeça em 28, o laço de Rui com o Avante, o pique de Neto na Orla, a preferida de Cynthia ao TJ e o escarcéu pela mamãe

Cacá na cabeça

O ano das eleições estaduais de 2026 ainda nem aportou mas vereadores já fazem suas apostas e articulações pensando no pleito de 2028, quando disputarão a reeleição e assistirão ao fim do segundo mandato do prefeito Bruno Reis (União Brasil). E o nome da preferência de alguns deles na Câmara de Salvador para a sucessão municipal parece ser o do ex-deputado Cacá Leão (PP), hoje secretário de Relações Institucionais da Prefeitura. Por enquanto, Cacá, sabiamente, não abre a boca sobre o assunto.

Muniz na área

Outro nome a respeito do qual muito se comenta na Câmara Municipal quando o tema é a eleição de 2028 em Salvador é o do presidente Carlos Muniz (PSDB), sob o argumento de que, além de pertencer à base governista, conhece o Legislativo como ninguém, domina a política municipal e tem laços empresariais sólidos. O surgimento dos dois nomes com tamanha antecedência seria um sinal de que o grupo de Bruno e ACM Neto vem se oxigenando, ao contrário do time oposicionista.

Em campo

Em posição mais sólida nas conversas, por exemplo, aparecem a vice-prefeita Ana Paula (PDT) e o deputado federal Leo Prates (PDT), que no último domingo ofereceu um caruru para apoiadores no qual deixou clara sua pretensão eleitoral na capital baiana. Na oposição, por outro lado, quem concentra as atenções para concorrer é o deputado estadual Robinson Almeida, do PT, considerado, no entanto, campeão de antipatia em sua própria agremiação.

Paralelo

Candidato ao Senado na chapa de Jerônimo Rodrigues, o ministro Rui Costa (PT) resolveu apostar no fortalecimento do Avante, dando orientação explícita a Ronaldo Carletto para promover o crescimento do partido, por meio da atração de prefeitos e lideranças, até o ano que vem. No lado do senador Jaques Wagner, que trava disputa surda com Rui pelo controle do governo, o movimento é acompanhado com atenção sob a análise de que o ministro tenta criar um poder paralelo à gestão por intermédio da sigla.

Filiação

Por sinal, o Avante realizou na segunda (06) um ato de filiação de lideranças do interior. Entre os novos integrantes está o ex-prefeito de Irecê, Elmo Vaz, que deixou o PSB da deputada federal Lídice da Mata para se candidatar a deputado federal. A socialista não escondeu o descontentamento com a movimentação. O PSB também corre o risco de perder outro quadro importante: a deputada estadual Fabíola Mansur, que esteve no evento e cogita migrar para a sigla.

Fogo amigo

Nem o PT escapou da ofensiva de Rui Costa para “engordar” o Avante. O ministro da Casa Civil tirou da sigla o ex-prefeito de Cocos, Marcelo Emerenciano, que se filiou ao Avante e deve disputar vaga de deputado federal em 2026. Rui, que reafirmou em entrevista a uma rádio do interior esta semana o desejo de concorrer ao Senado, trabalha para ter Ronaldo Carletto como seu primeiro suplente.

Cartas na manga

Aliados que estiveram com o governador disseram que ele admite tensão nas negociações para a composição da chapa que disputará as eleições de 2026, por conta do desejo de Rui Costa de ser senador. O morador do Palácio de Ondina, contudo, acredita que o tempo ajudará a acalmar os ânimos e tem mantido cartas na manga para futuras rodadas de conversas, entre elas as cadeiras vagas e as que vagarão antes do pleito nos tribunais de contas. A tática já havia sido antecipada pelo Política Livre.

Clima pesado

Quem também anda contrariado com Rui Costa é o senador Jaques Wagner (PT). O “bruxo” ou “pajé” – depende do ponto de vista – anda aborrecido com os rumores de que poderia abrir mão da reeleição ao Senado para garantir a permanência do senador Angelo Coronel (PSD) na chapa e evitar atritos na base do governo. Wagner atribui parte dessas especulações ao próprio Rui. Além disso, o “galego” ainda não se convenceu de que o ministro não queira ser governador a partir de 2027.

Esfriada

Se monitora Rui com o seu Avante para ver até onde vão parar com as movimentações, a articulação política de Jerônimo, diga-se de Wagner, já tomou posição em relação ao PSD do senador Otto Alencar e do colega Angelo Coronel. A ordem é baixar a bola do partido para não permitir que cresça a um ponto em que se torne incontrolável como força política governista, ao lado do PT. O desembarque na sigla tem sido abertamente desencorajado pelo governo.

Influencer

Prestigiado entre deputados e prefeitos por causa da distribuição generosa que faz de suas emendas para os municípios baianos, o senador Angelo Coronel (PSD) não deve reeleger apenas o filho, Angelo, para a Assembleia no ano que vem. Ele trabalha para colocar na Casa pelo menos mais três deputados, criando uma bancada grande o suficiente para influir nos rumos do Legislativo, inclusive na sucessão da presidente Ivana Bastos, de seu partido.

Interlocutora

Irmã do deputado federal Jonga Bacelar (PL), Kátia Bacelar (PL), que deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa no ano que vem, assumiu o papel de principal interlocutora de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, na Bahia. É para ela que Valdemar liga quando quer colher informações sobre a situação da legenda no Estado, onde ele já anunciou que o partido vai apoiar a candidatura ao governo de ACM Neto, passando, literalmente, por cima do presidente estadual, João Roma.

Pitacos

* Se quiser mesmo a chance de sair candidato ao Senado na chapa de ACM Neto, o ex-deputado Marcelo Nilo vai ter que dedicar parte do tempo que emprega hoje na produção de vídeos contra o governo e o PT para malhar e conseguir acompanhar o candidato a governador do União Brasil em suas corridas dominicais pela Orla.

* No último domingo, o ex-secretário Sylvio Pinheiro começou muito bem no início do circuito, no Porto da Barra, mas quase cai duro no retorno, na altura do Clube Espanhol, enquanto Neto continuava deslizando na Avenida, ao lado de uma cada vez mais elegante Ana Coelho e de figuras muito mais bem preparadas fisicamente para segurar o repuxo.

* No mesmo dia, desfrutaram dos mesmos passeios no circuito Barra-Ondina, porém caminhando, o ex-deputado José Carlos Aleluia, que vai concorrer ao governo pelo Novo, e o ex-secretário municipal de Cultura, Guilherme Bellintani, que parece ter queimado todos os cartuchos políticos, mas continua de olho numa oportunidade.

* O preparo físico de Neto e da turma que o acompanhou no domingo – à exceção de Pinheiro, naturalmente – parece ter incomodado um deputado petista que assistiu a trupe passar a galope da mesa de um conhecido bar do circuito. Perguntado sobre se notara o pique do ex-prefeito, resmungou: “vi aquele mosquito”.

* Entre oposicionistas e no time do senador Angelo Coronel (PSD), que pleitea vaga para disputar a reeleição, ganhou o nome de “Sapato Alto”, ao invés de “Puro Sangue”, a eventual chapa majoritária liderada por Jerônimo Rodrigues e integrada por Wagner e Rui. É uma outra forma de denunciar a “arrogância” petista.

* Filho da desembargadora Ivone Bessa, que garante – embora ninguém acredite – ser candidata à presidência do TJ, o advogado Carlos Magnavita armou o maior escarcéu contra o cerimonial da Assembleia esta semana porque esqueceram de chamar a mãe para sentar na mesa das autoridades durante uma homenagem na Casa.

* O rapaz teria ficado indignado ao ver entre as figuras prestigiadas no evento o candidato a presidente do TJ, desembargador José Rotondano, e o juiz Fred Pitta Lima, enquanto a genitora figurava, incógnita, na plateia. Sua pressão foi tamanha que acabaram espremendo Rotondano e Pitta Lima a fim de acomodar dona Ivone na mesa.

* Apesar de a magistrada ser uma figura muito afável, sua candidatura nunca foi levada a sério porque todo mundo sabe que seu plano, no íntimo, é nomear o mesmo filho desembargador, o que os colegas dela consideram uma desfaçatez. Como o babado demonstrou, o rapaz, ainda por cima, tem o hábito de tomar satisfação de quem contraria a dupla.

* Cotado para candidato à segunda vice na chapa de Rotondano a presidente do TJ, o desembargador Mário Albiani Jr. vai se lançar na disputa a uma vaga no STJ se for bem sucedido, abrindo concorrência feroz contra o colega Maurício Kertezman, que há pelo menos dois anos só pensa naquilo.

* Ainda que ande viajando por aí, segundo os colegas, a presidente do TJ, Cynthia Resende, já mandou recado de que não abre mão de emplacar a colega Nágila Brito na primeira-vice na chapa de Rotondano. Com toda a razão que a chamada ‘sororidade’ inspira, acha que depois de comandar o Poder precisa deixar uma mulher na posição.

* No caso de uma rumorosa separação milionária, chegou ao conhecimento da Radar do Poder que existem advogados não habilitados no processo que andam “rondando” o TJ na tentativa de reverter o julgamento anterior. Qual seria a intenção e o motivo de não estarem habilitados? A coluna vai verificar o assunto para a edição da próxima semana.

Política Livre