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Celebrando 25 anos, Santuário de Aparecida de Salvador estima receber mais de 20 mil peregrinos e romeiros em final de semana

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“Sou caipira, Pirapora nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda”. O refrão da música ” Romaria”, proclamada por Renato Teixeira, deu o tom e passou a servir de oração para católicos prestarem homenagens à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. A história da santa foi iniciada em 12 de outubro de 1717, quando três pescadores brasileiros no Rio Paraíba (SP), após um dia frustrante sem nenhuma captura, lançaram sua rede e encontraram uma imagem de madeira escura, sem a cabeça. Na segunda pescaria, foi localizada a cabeça e parte de uma imagem incompleta de Nossa Senhora da Conceição, que se tornou Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em decorrência da aparição. 

 

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Depois do encontro, as redes dos pescadores, que estavam vazias até então, passaram a ser repletas de peixes. O milagre foi se espalhando e a imagem virou item de devoção. A notícia se espalhou rapidamente pela região, e a imagem, encontrada por acaso no rio, tornou-se objeto de grande devoção. Com o aumento de fiéis da santa em 1745, foi erguida uma capela especialmente dedicada à Aparecida. O local se tornou anos depois o Santuário Nacional de Aparecida, que atualmente recebe milhares de visitantes diariamente. 

 

A devoção popular à figura, no entanto, não se restringiu somente a SP, mas se culminou por todo o país, onde diversos templos dedicados a ela foram construídos. Na capital baiana, por exemplo, o Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no bairro do Imbuí, passou a ser um dos templos referências na honra à santa. 

 

Em entrevista à reportagem do Bahia Notícias, o padre Cleriston Mendes, pároco e responsável pelo santuário há seis anos, revelou que a devoção a Aparecida tem crescido anualmente, especialmente em Salvador, em meio a outras devoções. A história do santuário baiano se espelha na do nacional, que foi de uma capela para uma estrutura maior. 

 

“Essa devoção a Nossa Senhora Aparecida tem crescido a cada ano na Bahia, de maneira especial aqui em Salvador, mesmo com outros santos de destaque. Antes do santuário, já tinha uma capelinha aqui que fazia parte da Boca do Rio, na Igreja de São Francisco. No entanto, a procura foi crescendo, primeiro aqui no bairro e depois quando a igreja cresceu se tornou santuário em 2017, tendo um destaque maior não só aqui no bairro, mas em toda a cidade”, explicou o padre. 

 

O sacerdote contou ainda que o espaço sagrado passou a atrair devotos que não podem ir ao Santuário Nacional em São Paulo e que levou mudanças significativas para o bairro do Imbuí e para a capital baiana, sendo um dos poucos templos religiosos com essa devoção.

 

“Os devotos viram a oportunidade de visitarem e participarem da missa aqui no santuário, já que o Santuário Nacional em São Paulo é longe, muita gente não pode ir. E o nosso acabou crescendo e adquirindo esse destaque, e de maneira especial esse ano, pelos 25 anos, bodas de prata”, acrescentou. 

 

Além disso, o santuário se tornou um local de peregrinação e devoção, atraindo pessoas de outras cidades. De acordo com o religioso, o templo foi selecionado como local de peregrinação para receber as indulgências, atraindo peregrinações oficiais e espontâneas durante todo o ano.

 

“A gente tem muitos grupos de baianos que viajam daqui da Bahia para ir lá para Aparecida, em São Paulo, mas a gente tem também muitos grupos que vêm de outros lugares da Bahia ou até do Nordeste, de outros lugares do país também”, apontou. 

 

Espera-se que o santuário receba em torno de 25 a 30 mil pessoas neste final de semana, especialmente no dia 12, devido aos 25 anos de construção e ao aumento da frequência na igreja, em honra do dia. 

 

Um desses exemplos de romarias ao santuário de Salvador é o grupo “Caminhada Mirambuí”, que vai andar de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana, a pé durante a madrugada do dia 12. Os fieis promovem o ato há mais de 8 anos e iniciaram por conta de uma promessa. 

 

“ [Será] nossa 8ª caminhada. Está a todo vapor. Não deixe a graça passar”, disse o grupo através de uma rede social. 

 

 

ROMARIA E PEREGRINAÇÃO DE BAIANOS 
Mesmo com a distância, baianos e soteropolitanos também fazem a peregrinação e vão até São Paulo, para fazerem honra a santa. É o caso da administradora, Silvia Gonzaga, que considerou grandiosa a viagem para conhecer o lugar sagrado. 

 

“A primeira vez que fui a Aparecida foi em 2015 com minha mãe e irmãos para agradecer pelas graças alcançadas e conhecer o Santuário. Impossível não se emocionar quando chegamos perto da imagem de Nossa Senhora! São muitas histórias e demonstrações de fé e devoção, só de lembrar os olhos ficam marejados. Esse ano minha mãe, minha irmã e eu retornamos à Aparecida para uma viagem de peregrinação, a emoção é a mesma. Sentimos a presença de Deus a todo momento”, disse. 

 

“O Santuário é grandioso e tem vários pontos para serem visitados. Nossa Senhora é a padroeira do Brasil e nossa intercessora nos momentos de dificuldade. Uma mãe sempre atende ao filho. Esse ano aproveitei para conhecer a Basílica Histórica (Basílica Velha) na mesma cidade. Posso dizer que ir ao Santuário é uma experiência de espiritualidade e paz interior, além de nos apresentar uma riqueza cultural”, completou. 

 

 

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