Um dos maiores diferenciais da SpaceX é a capacidade de reutilizar foguetes, um feito demonstrado em 2015 com o primeiro pouso bem-sucedido de um Falcon 9 após o lançamento. Desde então, a empresa acumulou centenas de recuperações e relançamentos, reduzindo custos e acelerando o ritmo de missões. Esse modelo de operação tornou-se uma referência mundial, estimulando a concorrência no mercado global.
A China responde a esse desafio com investimentos em veículos reutilizáveis. Atualmente, três foguetes chineses estão alinhados para tentar voos orbitais com recuperação do primeiro estágio, todos prontos para decolar do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do país. O Zhuque-3 concentra as atenções, parecendo ser o mais próximo de inaugurar a era da reutilização orbital chinesa.
De acordo com o site SpaceNews, a empresa LandSpace, responsável pelo Zhuque-3, vem se preparando para tentar o primeiro lançamento orbital com pouso do propulsor chinês já neste fim de semana, embora não haja confirmação oficial de data ou horário. O foguete foi posicionado para voo em Jiuquan no fim do mês passado e testes importantes foram concluídos com sucesso.
Segundo o South China Morning Post, a expectativa é que o Zhuque-3 realize uma missão completa, inserindo a carga útil em órbita baixa e recuperando o primeiro estágio para uso futuro. O perfil de retorno inclui uma reentrada controlada com manobras aerodinâmicas guiadas por aletas grid fins, seguida por uma queima de desaceleração e uma queima de pouso utilizando um único motor, culminando no toque em quatro pernas retráteis.
Embora o procedimento se assemelhe ao método consolidado pela SpaceX, a LandSpace desenvolveu sua própria abordagem, com algoritmos de controle de voo, estrutura do foguete, materiais, sistemas de navegação e propulsão projetados internamente. O mesmo vale para os outros dois veículos em Jiuquan. O Zhuque-3 teve uma campanha de testes intensa em pouco mais de dois anos e, em setembro de 2024, realizou um voo atmosférico de 10 km com religamento de motor para simular pouso.
Os outros dois foguetes posicionados em Jiuquan são o Long March 12A, da Academia de Tecnologia Aeroespacial de Xangai, e o Tianlong-3, da Space Pioneer. Os três foram projetados para missões de constelações de internet e para o objetivo estratégico da China de reduzir custos e aumentar a cadência de lançamentos. Zhuque-3 e Long March 12A planejam tentar pousos no voo inaugural, retornando a cerca de 400 km da plataforma de lançamento, onde bases de aterrissagem foram montadas. O Tianlong-3 também é reutilizável, mas não se espera que tente pouso na missão inicial.
A LandSpace afirmou ter concluído ensaios de abastecimento e um teste completo de ignição em Jiuquan, mas o lançamento do Zhuque-3 já sofreu adiamentos. As plataformas de pouso do Zhuque-3 e do Long March 12A foram finalizadas nas últimas semanas, incluindo sistemas de segurança e supressão de incêndio. Se um dos voos for bem-sucedido, a China se tornará o segundo país a pousar com sucesso um propulsor orbital, depois dos EUA.
O Zhuque-3 tem 66 metros de altura, 4,5 metros de diâmetro e é construído em aço inoxidável. Seu primeiro estágio usa nove motores Tianque-12A e foi desenhado para ser reutilizado pelo menos 20 vezes, podendo levar cerca de 18 toneladas à órbita baixa. O Long March 12A usa metano e oxigênio líquidos e transporta cerca de 12 toneladas para a órbita baixa. O Tianlong-3, também projetado para metano, ocupa posição intermediária em capacidade e perfil de missão.
Nas redes sociais, Elon Musk afirmou que, mesmo com um pouso bem-sucedido, a China ainda precisará de “muitos anos” para superar a SpaceX. A LandSpace também desenvolve um projeto mais ambicioso: o Zhuque-X, um foguete de grande porte que pretende ser comparável ao Starship.
Tópico 1
Foguetes reutilizáveis chineses
Os foguetes reutilizáveis da China têm tecnologia 100% nacional. A expectativa é que o Zhuque-3 realize uma missão completa: com inserção da carga útil em órbita baixa e, em seguida, a recuperação do primeiro estágio para uso futuro. O perfil de retorno inclui uma reentrada controlada com manobras aerodinâmicas guiadas por aletas grid fins (estruturas metálicas em formato de grade usadas para estabilizar e orientar o estágio durante a descida), seguida por uma queima de desaceleração para alinhar a trajetória final e uma queima de pouso utilizando um único motor, culminando no toque em quatro pernas retráteis.
Tópico 2
Disputa e projetos futuros
A corrida pelo “primeiro pouso” também envolve prestígio dentro da própria China. De um lado, estão as gigantes estatais, que têm influência política e querem ser as primeiras a conseguir o feito. Do outro, estão as empresas privadas, como a LandSpace e a Space Pioneer, que tentam provar sua competência tecnológica para conquistar contratos e se destacar no mercado internacional de lançamentos. A LandSpace também desenvolve um projeto mais ambicioso: o Zhuque-X, um foguete de grande porte que pretende ser comparável ao Starship.
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Fonte: https://olhardigital.com.br
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