A possibilidade de retorno do Partido Progressistas ao ninho governista na Bahia vem sendo tratada nos bastidores nos últimos meses. Compondo a base de Jerônimo Rodrigues (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e ajudando em votações importantes para o Executivo, o PP no entanto não concretizou uma adesão integral após o processo eleitoral de 2022.
À época, o aliado de longas datas dos governos petistas rompeu relações em movimento capitaneado pelo ex-vice-governador João Leão e decidiu apoiar a candidatura de ACM Neto (União) ao governo da Bahia.
Agora o PP ensaia um retorno completo e projeta a possibilidade de ter espaços ampliados na estrutura da máquina estadual. Sobre o assunto, uma das principais lideranças do partido na Bahia, o deputado federal Cláudio Cajado, indicou que as definições só devem acontecer após o período eleitoral deste ano. A fala foi feita durante entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1, na 100,1 FM.
O parlamentar destacou que após o “cavalo de pau” de 2022 o PP foi “muito bem tratado” por ACM Neto e pelo atual prefeito de Salvador Bruno Reis (União). Também admitiu que há uma divisão no partido entre os que desejam permanecer com o governador Jerônimo Rodrigues e os que querem continuar fora dessa composição governista.
“O governador Jerônimo eu coloco um pouco a parte do governo, porque é uma pessoa extremamente simpática, atenciosa, muito educada, trata todos os adversários e aliados de mesma forma respeitosa e atenciosa, eu não tenho tido relações com o governo porque não tenho ido às secretarias de Estado, não tenho despachado com o Governador nem apresentado nenhum tipo de pleito”, indicou.
“Acredito que essa conversa, o diálogo político com o governo deva ocorrer após a eleição. Acho que fica até melhor para todos nós podermos analisar o quadro eleitoral do que vier das urnas no estado da Bahia. Quais foram os partidos que saíram mais ou menos fortalecidos com os seus respectivos parlamentares para que possamos sentar e ver. Se há possibilidade de retornar ao governo de forma plena e não como está agora”, acrescentou o deputado.
Na avaliação de Cajado, atualmente não há uma “contrapartida” para os deputados estaduais que apoiam a gestão Jerônimo na AL-BA. A referência feita é justamente sobre os espaços a serem ocupados pelo PP, a exemplo de uma secretaria.
“Os deputados estaduais todos eles apoiando o governo, mas sem nenhum tipo de contrapartida. Na minha opinião e institucionalmente o partido Progressista hoje considera-se e atua como independente. Apoia todas aquelas medidas que acha correto e atua sem nenhum tipo de espaço no governo e dá o voto dos deputados estaduais que considerem viáveis para o benefício da população”, finalizou.
PASTA JÁ CONHECIDA
No início do mês o Bahia Notícias revelou que conversas recentes entre o presidente do PP na Bahia, o deputado Mário Negromonte Jr., e o governador começaram a selar o destino do partido. Interlocutores da cúpula governista sinalizaram que o pacto envolveria a indicação de um representante do partido na secretaria de Planejamento. O espaço já foi ocupado pelo PP, com o então vice-governador do estado João Leão.
Fonte: Bahia Noticias