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Correntes reagem duramente em privado a envolvimento de Wagner em sucessão no PT

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PT-BA: Resistência Socialista reúne cerca de 800 militantes e firma apoio a Edinho Silva e Manoel Porfírio

Foto: Divulgação/Arquivo
Evento da RS, corrente onde também Wagner foi alvo de críticas 28 de abril de 2025 | 08:01

Correntes reagem duramente em privado a envolvimento de Wagner em sucessão no PT

Longe de pacificar o PT, a decisão do senador Jaques Wagner de se envolver diretamente na eleição à presidência estadual do partido, lançando ao cargo a candidatura do membro do MST Tássio Brito, da corrente EPS, acabou provocando forte reação em outros grupos políticos da sigla.

As manifestações mais fortes vieram da CNB, corrente majoritária no partido na Bahia e nacionalmente, e da Resistência Socialista, cujos membros fizeram questão de procurar este Política Livre para manifestar sua insatisfação contra o que consideraram nova ‘ingerência’ do líder petista na sucessão interna da legenda.

Momentos antes de Wagner fazer o anúncio, durante discurso em almoço do MST para recepcionar o candidato a presidente nacional Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), a CNB havia decidido, num encontro na Assembleia Legislativa, que apresentaria um nome à sucessão do presidente estadual Éden Valadares.

A decisão contrariou Éden, cuja manobra para impedir a aprovação de uma resolução neste sentido não foi bem sucedida, o que acabou levando-o a deixar a reunião antes de seu término.

Da mesma corrente do presidente estadual, um dos que teriam manifestado internamente no grupo discordância com a atitude de Wagner foi o líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto, para quem o senador agiu de forma precipitada, dificultando as costuras para que a candidatura saia de um entendimento entre as várias correntes petistas.

Rosemberg foi um dos que defendeu a tese de que a CNB deveria apresentar candidatura até o dia 8 de Julho, mês em que ocorrerão as eleições, e, ao tomar conhecimento do discurso de Wagner, o procurou para manifestar seu desacordo com a iniciativa do senador. Na Resistência Socialista, que lançou como candidato a presidente estadual o vereador em Itabuna Manoel Porfírio, também houve críticas fortes ao comportamento do líder petista.

Um dos quadros da RS chegou a dizer que Porfírio deveria se pronunciar atacando a tentativa de Wagner de impor um candidato de novo à legenda, como ocorreu há seis anos com o próprio Éden, então um assessor direto do senador que foi lançado por ele para a presidência sob a simpática bandeira do estímulo à renovação do partido.

A maneira com que Wagner apresentou o nome de Tássio foi outro motivo de críticas porque vista como uma manobra “rasteira” por parte de alguns petistas, segundo os quais o senador chegou de surpresa no almoço que o MST ofereceu a Edinho e lançou o nome pertencente ao movimento para obter o apoio imediato da EPS ao candidato.

No entanto, a corrente é liderada pelo deputado federal Valmir Assunção, líder do MST na Bahia, que esteve colado o tempo todo com o senador durante o almoço e cujo apoio a Tassio foi instantâneo, indicando, portanto, que provavelmente combinaram o jogo antes de Wagner chegar. Em meio às críticas dirigidas a Wagner pelos concorrentes de Tássio, uma acusa o senador de ter deliberadamente manipulado, junto com Éden, a agenda de Edinho em Salvador.

O plano dos dois teria sido evitar que o presidente nacional do PT, o senador Humberto Silva, e o ministro Márcio Macedo, da secretaria-Geral da Presidência da República, que estiveram na cidade no sábado, em campanha por Edinho, participassem do encontro de Wagner e Éden com o governador Jerônimo Rodrigues para apresentar o ex-prefeito e pedir votos para ele.

A interpretação é de que o propósito dos dois seria vender em Brasília que Wagner foi quem articulou o apoio de Jerônimo ao candidato de Lula à presidência nacional do PT, e não o presidente nacional e o ministro.

Leia também: Wagner anuncia nome do MST para candidato a presidente do PT e agita partido

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