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Crateras de impacto podem ser “oásis” que buscamos em Marte, diz estudo

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Pesquisadores descobriram que, quatro milhões de anos após o impacto, já havia microrganismos vivendo dentro de uma cratera na Terra

Representação artística do cometa interestelar 3I/ATLAS passando perto de Marte
Representação artística do cometa interestelar 3I/ATLAS passando perto de Marte (Imagem: Imagem gerada por IA/Gemini)
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Pesquisadores identificaram, pela primeira vez, uma ligação direta entre um impacto de asteroide e atividade microbiana subsequente. O estudo, publicado na Nature Communications, mostra que crateras formadas por colisões cósmicas podem oferecer condições habitáveis duradouras — uma descoberta que pode ter implicações importantes para a busca por vida em Marte.

Impressão artística de um meteoro atingindo a Finlândia antiga
Impressão artística de um meteoro atingindo a Finlândia antiga (Imagem: Henrik Drake)

O evento que deu origem às evidências ocorreu há cerca de 77,85 milhões de anos, quando um asteroide de aproximadamente 1,6 quilômetro de diâmetro atingiu a região que hoje corresponde à Finlândia. A colisão criou a cratera de Lappajärvi, com cerca de 22 a 23 quilômetros de diâmetro e 750 metros de profundidade.

Descobertas que podem ajudar a buscar vida em Marte

  • Os pesquisadores descobriram que, quatro milhões de anos após o impacto, já havia microrganismos vivendo dentro da cratera, mesmo em condições ainda consideradas quentes: cerca de 47 °C. Essa temperatura é ideal para algumas espécies microbianas;
  • “O mais empolgante é que não vemos apenas sinais de vida, mas podemos identificar exatamente quando isso aconteceu. Isso nos dá uma linha do tempo de como a vida encontra um caminho após um evento catastrófico”, afirmou Jacob Gustafsson, doutorando da Universidade Linnaeus e autor principal do estudo, em comunicado;
  • Henrik Drake, professor da mesma universidade e autor sênior da pesquisa, acrescentou: “Esta é a primeira vez que conseguimos ligar diretamente a atividade microbiana a um impacto de meteorito usando métodos geocronológicos. Isso mostra que essas crateras podem servir como habitats para a vida por muito tempo após o impacto”;
  • A equipe conseguiu rastrear condições habitáveis para bactérias na cratera ao longo de dez milhões de anos. Embora a Terra não dependa dessas estruturas para sustentar a vida, em planetas, como Marte, uma cratera de impacto poderia funcionar como um oásis em um ambiente frio e hostil.
Representação artística da cratera Jezero como pode ter parecido bilhões de anos em Marte, quando era um lago
Representação artística da cratera Jezero como pode ter parecido bilhões de anos em Marte, quando era um lago. A Jezero Mons é visível no lado direito frontal da borda da cratera (Imagem: NASA)

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Desdobramentos

“Esta é uma pesquisa incrivelmente empolgante, pois conecta os pontos pela primeira vez. Anteriormente, já tínhamos encontrado evidências de que microrganismos colonizaram crateras de impacto, mas sempre houve dúvidas sobre quando isso ocorreu e se foi consequência do impacto ou de outro processo milhões de anos depois. Até agora”, explicou o coautor Gordon Osinski, da Western University.

Os resultados reforçam que, mesmo após eventos destrutivos, impactos de asteroides podem abrir caminho para o surgimento e a persistência da vida em condições extremas.

Impressão da superfície de Marte
Equipe conseguiu rastrear condições habitáveis para bactérias na cratera ao longo de dez milhões de anos (Imagem: Artmim/iStock)
Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.

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