Inspirado na tradição budista e na alta tecnologia, o Projeto Shojinmeat busca reinventar a alimentação sem sacrificar animais

Esqueça o macarrão instantâneo: o jantar de amanhã pode ser um filé de frango cultivado em células, feito do zero em uma máquina de carne que fica na bancada da sua cozinha.
Essa é a visão do Projeto Shojinmeat, iniciativa criada em Tóquio pelo cientista Yuki Hanyu, fundador da empresa IntegriCulture, que desenvolve dispositivos para cultivo de carne em pequena escala.
Inspirado desde a infância pela ficção científica, Hanyu busca transformar a ideia em realidade, oferecendo kits acessíveis que permitiriam a qualquer pessoa cultivar carne em casa com um mini biorreator e produtos químicos básicos.

O nome do projeto remete à culinária budista tradicional, que prega não violência e equilíbrio, mas agora reinterpretada pela biotecnologia.
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Do laboratório ao balcão da cozinha
- A carne cultivada nasce de células-tronco animais multiplicadas em um ambiente controlado, formando tecidos semelhantes a músculo e gordura.
- A versão doméstica promete simplicidade e custo em torno de US$ 400.
- O site do Shojinmeat até fornece guias para iniciantes que desejem tentar a experiência.

O desafio da aceitação
Apesar do entusiasmo, a aceitação do público ainda é incerta: pesquisa de 2024 mostrou que um terço dos americanos não estaria disposto a experimentar carne cultivada. Além disso, estudos alertam que a produção em larga escala pode ter impacto ambiental maior que a pecuária tradicional.
Resta saber se o frango de laboratório vai conquistar consumidores, ou se será apenas mais uma curiosidade entre as opções do “cardápio do futuro”, que já inclui massas feitas de insetos e até carnes exóticas como píton frita.


Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.
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