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Datafolha: 89% acham que tarifaço de Trump vai atrapalhar economia

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Datafolha: 89% acham que tarifaço de Trump vai atrapalhar economia
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Para 89% dos brasileiros, o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil vai prejudicar a economia nacional. O número é de pesquisa do Instituto Datafolha que foi divulgada nesta quinta-feira (31/7). Trump impôs uma taxa de 50% aos produtos brasileiros importados pelos norte-americanos.

O Datafolha perguntou aos entrevistados “Qual impacto da taxação dos produtos brasileiros nos EUA na economia brasileira?”. Do total, 66% responderam que vai prejudicar muito e 23% que vai prejudicar um pouco, resultando nos 89% que consideram o impacto da medida de Trump na economia nacional. Outros 7% que acreditam que o tarifaço não levará impacto à economia e 4% não souberam responder.


Agosto

  • Donald Trump reiterou, também nesta quarta (30/7), que o tarifaço comercial imposto pelo governo norte-americano a diversos países, entre os quais o Brasil, entrará mesmo em vigor na próxima sexta-feira (1º/8), sem possibilidade de prorrogação.
  • As declarações de Trump foram dadas em mensagens publicadas em sua própria rede social, a Truth Social, a apenas dois dias do fim do prazo estipulado pela Casa Branca para que os países atingidos pelas tarifas negociem eventual redução das taxas com os EUA.
  • “O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto. Ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!”, escreveu Trump.
  • No entanto, a ordem executiva assinada pelo próprio presidente define para o dia 6/8 o prazo para mercadorias inseridas para consumo, ou retiradas do depósito para consumo.

O instituto fez um recorte da pesquisa entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último pleito, em 2022. Neste grupo, 92% entendem que o tarifaço vai prejudicar a economia brasileira. Entre os eleitores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 87% também acreditam haver influência do tarifaço nos negócios em território nacional.

Os entrevistados foram questionados ainda sobre o impacto do tarifaço na vida deles. Houve 43% que consideram que o tarifaço vai prejudicar muito e 34% que entendem que vai prejudicar pouco, totalizando 77% que consideram a possibilidade de sofrer algum impacto. Por outro lado, para 19% não haverá impacto. Outros 4% não souberam responder.

Durante a aplicação do questionário, foi perguntado o que o governo brasileiro deveria fazer para reagir à taxação dos produtos brasileiros nos EUA. A opção “Negociar para tentar convencer o presidente dos EUA a mudar de ideia” foi a mais apontada, com 72% das respostas. Em segundo lugar, 15% disseram que o governo deve “taxar igualmente os produtos dos EUA vendidos no Brasil”. Outros 6% opinaram que o Brasil deve “atender todas as condições exigidas pelo governo dos EUA” e 7% não souberam responder.

Entre os entrevistados, 71% se consideram informados sobre o tema, sendo que 32% entendem estar bem informados e 39% mais ou menos informados sobre o tarifaço. Por outro lado, há 9% que se dizem mal informados, 18% que dizem não ter tomado conhecimento do assunto, enquanto 2% não souberam responder.

A pesquisa do Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, antes da publicação do decreto assinado por Trump que oficializou a sobretaxa de 50%, na tarde da quarta-feira (30/7). Ao todo, foram entrevistadas 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro máxima considerada pelo Datafolha é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Tarifaço

A imposição da sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros foi assinada e divulgada pelo governo norte-americano na quarta-feira (30/7). Os produtos importados pelos EUA do Brasil, de maneira geral, já tinham uma sobretaxa de 10%, o que Trump fez na quarta foi divulgar um índice cumulativo de 40%.

Ao mesmo tempo que impôs a sobretaxa de 50%, Trump abriu excessão para um grupo de quase 700 produtos. No entanto, ficaram de fora importantes itens comprados pelos norte-americanos, como café e carne.

Veja produtos que ficaram de fora do tarifaço:

No ato que impôs o tarifaço, Trump cita nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que estaria, conforme o presidente norte-americano, violando direitos fundamentais no Brasil e, inclusive, efetuando uma perseguição política contra o ex-presidente Bolsonaro. Apesar de o presidente usar estes argumentos para a imposição do tarifaço, os Estados Unidos manifestaram, durante as negociações sobre as tarifas, interesse na exploração de terras raras. Esses itens são objeto de cobiça por causa da competição com a China para a produção de produtos de alta tecnologia.

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