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Datafolha: Aprovação de Lula desaba e é a pior de todos os seus mandatos; confira os números

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A pesquisa Datafolha divulgada nesta semana revela um cenário preocupante para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em apenas dois meses, a aprovação do petista caiu de 35% para 24%, enquanto a rejeição disparou de 34% para 41% — os piores índices de seus três mandatos.

O levantamento, realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro com 2.007 eleitores em 113 cidades, apresenta uma margem de erro de dois pontos percentuais. Além da alta reprovação, a pesquisa indica que 32% dos entrevistados consideram o governo regular.

Mas o que explica essa forte deterioração da imagem presidencial?

Crise do Pix e falhas na comunicação

Um dos principais fatores para essa queda foi a polêmica sobre a fiscalização do Pix, anunciada em janeiro pelo governo. A medida previa que transações acima de R$ 5.000 seriam monitoradas, o que gerou críticas da oposição e alimentou uma onda de fake news, sugerindo uma suposta taxação do sistema de pagamentos instantâneos.

Diante da repercussão negativa, o Ministério da Fazenda revogou a decisão. O episódio evidenciou fragilidades na comunicação do governo, levando Lula a trocar o comando da Secretaria de Comunicação, promovendo o marqueteiro Sidônio Palmeira no lugar de Paulo Pimenta.

Inflação e desgaste popular

Outro fator determinante na queda da popularidade presidencial é a alta da inflação, especialmente dos alimentos. A situação foi agravada por declarações de Lula que soaram insensíveis, como a sugestão de que os brasileiros evitassem comprar produtos caros — uma fala que foi explorada pela oposição.

O reflexo dessa insatisfação aparece nos segmentos que tradicionalmente apoiam o PT:

• Entre eleitores que ganham até dois salários mínimos, a aprovação despencou de 44% para 29%.

• No grupo com ensino fundamental, caiu de 53% para 38%.

• Mesmo no Nordeste, bastião eleitoral petista, a aprovação recuou de 49% para 33%.

Entre os eleitores que votaram em Lula contra Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022, a avaliação positiva caiu de 66% para 46%.

Comparação com Bolsonaro e cenário para 2026

A rejeição de Lula (41%) agora se aproxima da que Jair Bolsonaro enfrentava no mesmo período de seu governo (40%), mas com uma diferença importante: em 2020, o ex-presidente tinha 31% de aprovação, contra os 24% de Lula hoje.

A pesquisa não abordou cenários eleitorais, mas os números servem de alerta para o Palácio do Planalto. O próprio Lula já indicou que pode disputar a reeleição em 2026, desde que esteja em boas condições de saúde.

Enquanto isso, a oposição se movimenta, com figuras como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Pablo Marçal e Gusttavo Lima ganhando espaço. Bolsonaro, inelegível até 2030, mantém influência na base bolsonarista.

Lula aposta na narrativa de que sua popularidade foi afetada por desinformação e fake news, prometendo combater a disseminação de notícias falsas. Resta saber se essa estratégia será suficiente para reverter a atual tendência de desgaste.

DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO

*Com informações de Política Livre

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