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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a tribuna da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta quarta-feira (3/9), durante o julgamento sobre a suposta trama golpista, para criticar a delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF). Os advogados reafirmaram que Bolsonaro não atuou contra o Estado Democrático de Direito e negaram qualquer vínculo dele com a chamada “minuta do golpe”.
Negaram, ainda, qualquer responsabilidade de Bolsonaro sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e plano de assassinato do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo. Além disso, os advogados destacaram que “um assunto encerrado gerar uma pena de 30 anos não é razoável”.
Veja como foi o segundo dia de julgamento de Bolsonaro e mais 7 réus no STF:
Durante a sustentação oral perante os ministros da Primeira Turma, os representantes de Bolsonaro afirmaram que o ex-mandatário foi “dragado aos atos de 8 de janeiro de 2023″.
“Porque, na verdade, foi achada uma minuta do plano Punhal Verde e Amarelo, uma planilha de uma operação bonita e, como todos nós sabemos, ocorreu o trágico episódio de 8 de janeiro. E o presidente, a quem estou representando, foi dragado para esses fatos”, pontuou o advogado Celso Vilardi.
Os representantes defenderam que o ex-presidente nunca atentou contra o Estado Democrático de Direito e que “não há uma única prova” disso.
“Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente ao [plano] Punhal Verde Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de Janeiro”, disse o jurista. “Aliás, nem o delator, nem ele, chegou a dizer [que houve] participação em Punhal, em Luneta, em Copa, em 8 de janeiro. Nem o delator, não há uma única prova”, completou o advogado.
Acerca da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, os juristas foram firmes ao pontuar que não há provas na fala de Cid que incriminem o ex-mandatário como integrante da suposta trama golpista.
Celso Vilardi disse, ainda, que a delação de Mauro Cid à Polícia Federal (PF) é uma “sucessão inacreditável de fatos” e que não existe “uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde e Amarelo”.
“Nem o delator, que sustento ter mentido, chegou a dizer participação em Punhal, Luneta, Copa 2022 e 8 de Janeiro”, sustentou o advogado.
Por fim, foi destacado que a defesa não teve tempo hábil para analisar as provas nos autos da Ação Penal nº 2.668 e que uma possível pena de 30 anos para Bolsonaro não é razoável.
“Um assunto encerrado gerar uma pena de 30 anos não é razoável. O que está acontecendo é trazer algo que se traz para crimes contra a vida, de assassinato de pessoas, para o 8 de Janeiro. Esses são os fatos que dão o contorno de uma acusação tão grave, e sobre eles não há prova”, destacou a defesa de Bolsonaro.
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