O advogado Clwebver Lopes, que defende o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, declarou nesta quarta-feira (31) que não existem contradições significativas entre os depoimentos de seu cliente e do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, prestados ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa argumenta que as divergências identificadas pelos investigadores resultam de interpretações diferentes sobre os mesmos eventos, o que levou à realização de uma acareação entre Costa e Vorcaro. Lopes afirmou que o procedimento foi breve e ajudou a esclarecer os pontos levantados na investigação.

O advogado também ressaltou que Paulo Henrique Costa respondeu a todas as perguntas durante a oitiva e enfatizou que suas decisões enquanto presidente do BRB foram tomadas com base em critérios técnicos, de forma colegiada e com registros formais. Além dos dois executivos, a Polícia Federal ouviu o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Contudo, ele foi dispensado da acareação após os investigadores concluírem que sua contribuição foi suficiente para o progresso das apurações.

A investigação investiga possíveis irregularidades na tentativa de venda do Banco Master ao BRB, uma operação que foi bloqueada pelo Banco Central em setembro. Entre as hipóteses em análise está a possível emissão de títulos de crédito falsos. Em novembro, Daniel Vorcaro foi preso, e o Banco Central decidiu pela liquidação da instituição financeira. A acareação no STF foi ordenada pelo ministro Dias Toffoli, que é o relator do caso.