Euclides da Cunha, BA – Em um sábado movimentado na Euclides da Cunha FM, Deputado Federal Gabriel Nunes (PSD) fez críticas à atual gestão municipal de Euclides da Cunha e ao governo federal. A entrevista, que abordou desde a polêmica do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até a integridade de colegas parlamentares, revelou um cenário de insatisfação e a busca por justiça tributária no país.
Polêmica do IOF: Um Governo na Contramão do Congresso?
O parlamentar iniciou a entrevista criticando veementemente a decisão do governo federal de aumentar impostos, como o IOF, por meio de decreto. “Uma pauta tão sensível como essa, para você… utilizar o instrumento do decreto, precisava-se conversar com as casas, tanto com a Câmara como o Senado”, afirmou Gabriel Nunes. Ele ressaltou que o Brasil já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo e que o IOF afeta diretamente a cadeia produtiva, encarecendo o acesso ao crédito e produtos, prejudicando desde grandes construtoras a pequenos empreendedores.
O deputado destacou que o IOF é um imposto regulatório, e não arrecadatório, e que a tentativa do governo de usá-lo para fechar as contas foi um erro. “Acredito que essa história de que é um imposto que os ricos pagam e os pobres não, não convence a ninguém”, pontuou. A derrota “acachapante” do governo no Congresso, com 383 votos contrários, incluindo o Senado, foi citada como um sinal claro da insatisfação popular e legislativa com a política fiscal. Ele ainda considerou um erro a insistência do governo em judicializar o tema.
Sobre a justiça tributária, Gabriel Nunes defendeu a taxação de “super ricos” e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Aí sim, você vai fazer justiça tributária. É você pagar quem ganha efetivamente mal”, argumentou, propondo que a arrecadação venha daqueles com “super salários” e “grandes fortunas”.
Aumento de Deputados Federais: Mais Representatividade para os Estados?
Questionado sobre o recente aumento do número de deputados federais de 513 para 531, o parlamentar defendeu a medida, especialmente em relação à Bahia. “A Bahia iria perder dois parlamentares. A gente ia perder representatividade, a gente ia perder força nacional”, explicou Gabriel Nunes, atribuindo a possível perda a um “Censo mal feito”. Ele argumentou que, com o crescimento populacional do Brasil, o aumento de parlamentares é necessário para manter a proporcionalidade e a representatividade de cada eleitor.
O deputado garantiu que o acréscimo de 18 cadeiras não terá impacto fiscal significativo, pois os custos serão diluídos no próprio orçamento da Câmara. “Não vai ter quase impacto fiscal, nenhum aumento de despesa, porque vai ter que se diluir todo o custo desses 18 parlamentares com o próprio Orçamento”, afirmou.
Euclides da Cunha: Uma Cidade “Triste” e Mal Administrada, Segundo Gabriel Nunes
O foco da entrevista se voltou para a gestão municipal de Euclides da Cunha. O deputado expressou profunda insatisfação, citando a falta de médicos especialistas e clínicos gerais, a dificuldade em realizar exames como ultrassom, a sujeira e a escuridão da cidade, e o estado precário das praças. “Triste, Euclides da Cunha, hoje, infelizmente…”, lamentou Gabriel Nunes.
Ele contrastou a situação atual com a gestão da ex-prefeita Fátima, que, segundo ele, mantinha as praças bem cuidadas e promovia a valorização da cidade. A crítica se estendeu aos gastos com festejos juninos, estimados em R$ 5 milhões, enquanto serviços essenciais são negligenciados e há até mesmo atrasos em pagamentos de funcionários do Hospital Português. “Eu acho que você precisa ter um equilíbrio do que você gasta com o São João e, ao mesmo tempo, o que você está prestando de serviço”, ponderou.
O parlamentar, que visitou diversas cidades baianas em festejos juninos, classificou a decoração de Euclides da Cunha como “horrorosa” e a cidade como a “mais mal decorada e hoje a cidade mais feia de todas no aspecto decoração”.
Integridade Parlamentar: Defesa de Colega e Pedido de Cautela
Em um momento de destaque, o deputado foi questionado sobre a presença da Polícia Federal no escritório do colega Félix Mendonça Júnior. Apesar das divergências políticas locais, Gabriel Nunes defendeu a integridade de Félix. “Ouvir, falar de que Félix é corrupto, é malandro, é uma pessoa mal intencionada na política, Eu nunca ouvi”, declarou. Ele ressaltou a postura séria e íntegra de Félix em seu mandato e pediu cautela, afirmando que é preciso aguardar o desfecho das investigações antes de qualquer julgamento. “Muitas vezes, a gente já viu diversas operações e, infelizmente, às vezes você entra numa situação vexatória e que, depois de meses ou anos, a gente vê que não foi absolutamente nada daquilo que foi noticiado”, concluiu.
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO
*Com informações da Euclides da Cunha FM
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