Dólar sobe com “tarifaço” de Trump e temor sobre guerra comercial

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Dólar sobe com "tarifaço" de Trump e temor sobre guerra comercial

Após registrar forte alta na manhã desta segunda-feira (3/2), o dólar inverteu o sinal, em meio aos impactos do “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Canadá, México e China.

O motivo para a mudança de humor do mercado é o anúncio feito pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, que disse que fechou um acordo com Trump para que as tarifas impostas ao país sejam paralisadas por 1 mês.

Ainda segundo Sheinbaum, o México deve enviar 10 mil soldados para a fronteira com os EUA para combater o tráfico de drogas, preocupação do presidente americano.


O que aconteceu

  • Pouco depois das 13 horas, o dólar recuava 0,32% e era negociado a R$ 5,819.
  • Ao meio-dia, o dólar registrava alta de mais de 1% (1,05%), retomando o patamar de R$ 5,90 (R$ 5,899).
  • Na cotação máxima do dia, o dólar chegou aos R$ 5,905. A mínima até aqui é de R$ 5,815.
  • Na última sessão da semana passada, na sexta-feira (31/1), o dólar recuou 0,25%, cotado a R$ 5,837.
  • O dólar encerrou, assim, o mês de janeiro registrando desvalorização acumulada de 5,54% frente ao real – foi o maior recuo mensal da moeda desde junho de 2023, quando caiu 5,6%.
  • No último sábado (1º/2), depois de duas semanas de muita expectativa nos mercados, o governo Trump anunciou tarifas de 25% a produtos importados de Canadá e México e de 10% sobre as importações da China.
  • Os investidores temem o início de uma guerra comercial entre os países, possibilidade que se tornou mais concreta após retaliação anunciada pelo governo canadense.

Retaliação ao “tarifaço” de Trump

Assim que Trump cumpriu sua promessa de taxar Canadá, México e China, o governo canadense anunciou que vai retaliar os EUA.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que vai impor “tributos de 25% sobre produtos americanos, em um total de 155 bilhões de dólares canadenses [cerca de R$ 617 bilhões]”.

O que alega Trump

Em sua justificativa para as tarifas, Trump mencionou “a grande ameaça representada pelos imigrantes ilegais e as drogas mortais, particularmente o fentanil, que matam nossos concidadãos”.

“Devemos proteger os americanos e é meu dever como presidente garantir a segurança de todos”, completou o presidente dos EUA.

De acordo com Trump, a China exporta para o México ingredientes ativos que permitem que cartéis mexicanos fabriquem fentanil, vendido na fronteira.

Trump também critica México e Canadá por supostamente não controlarem suficientemente os fluxos migratórios para os EUA.

“As tarifas anunciadas são necessárias para responsabilizar a China, o México e o Canadá por suas promessas de interromper o fluxo de drogas tóxicas para os Estados Unidos”, informou a Casa Branca, em declaração publicada no X (antigo Twitter).

Em relação ao México, as tarifas seguirão em vigor até que o país “coopere com os Estados Unidos para combater o narcotráfico”.

“Os cartéis mexicanos são os principais traficantes mundiais de fentanil, metanfetamina e outras drogas”, diz o governo americano.

Bolsa de Valores

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), que operava em baixa desde o início do pregão, também mudou o sinal no início da tarde.

Às 13h25, o índice subia 0,18%, aos 126,3 mil pontos.

Mais cedo, ao meio-dia, o Ibovespa recuava 0,24%, aos 125,8 mil pontos.

No pregão de sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,61%, aos 126,1 mil pontos.

Mesmo com o resultado negativo, o indicador acumulou ganhos de 4,95% em janeiro. Foi a primeira alta mensal do Ibovespa em cinco meses.

Como reflexo do “tarifaço” de Trump a Canadá, México e China, as principais bolsas da Ásia fecharam em queda nesta segunda.

Na Europa, os índices mais importantes operavam com fortes perdas pela manhã.

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