N/A

Dólar sobe e Bolsa cai, em meio a estresse com Haddad

3 views
Dólar sobe e Bolsa cai, em meio a estresse com Haddad

<

Os mercados de câmbio e ações apresentaram resultados negativos nesta segunda-feira (24/3). O dólar fechou em alta de 0,61%, cotado a R$ 5,75. Isso depois de oscilar entre a máxima de R$ 5,77 e a mínima de R$ 5,70. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), terminou o pregão em queda de 0,77%, aos 131.321 pontos.

O dólar, em parte, acompanhou o movimento global. O índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, registrou avanço de 0,26%, pouco antes do fechamento do mercado no Brasil, às 17 horas.

A B3, contudo, andou na contramão dos principais índices de Nova York, que apresentaram elevação. O Dom Jones subiu 1,40%; o S&P 500 aumentou 1,73%; e o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, avançou 2,10%.

Para o economista Fabio Louzada, fundador da escola “Eu me Banco”, os investidores no Brasil acompanharam a divulgação do Boletim Focus, feito pelo Banco Central (BC), na manhã desta segunda-feira, cujos dados surpreenderam positivamente. “Houve redução das expectativas não só em relação à Selic, como também ao dólar e ao PIB para 2025”, diz Louzada.

Efeito Haddad

Ele observa que, apesar das projeções positivas do Focus, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o sobre o arcabouço fiscal “deixaram o mercado tenso, colaborando para a alta do dólar e dos juros futuros”. “O ministro da Fazenda disse estar confortável com o funcionamento do arcabouço fiscal, embora considere necessários ‘ajustes na máquina’”, afirma o economista.

“Depois disso, o mercado estressou com receio de alguma mudança no arcabouço e mais gastos por parte do governo”, diz o analista. “Mas depois voltou atrás, com uma nova declaração do ministro (feita em postagem no X), na qual ele esclareceu que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas ele segue defendendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”.

Haddad disse no X, o antigo Twitter, que estavam tentando distorcer o que ele havia dito na manhã desta segunda-feira, em um evento em São Paulo. “Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los”, escreveu o ministro.

Trump em ação

No exterior, nota Louzada, foram renovadas as ameaças de tarifas sobre produtos importados feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele afirmou que irá taxar em 25% países que comprarem petróleo e gás da Venezuela. “O anúncio colaborou com a alta do dólar e também do petróleo”, afirma Louzada.

O republicano disse ainda que, nos próximos dias, vai fixar sobretaxas para diversos produtos. A lista mencionada inclui  produtos farmacêuticos, semicondutores, automóveis e itens de madeira.

“Vamos anunciar carros muito em breve e farmacêuticos em algum momento, porque precisamos desses produtos”, disse Trump a repórteres pela manhã. “Devemos anunciar essas coisas num futuro muito próximo, não em um futuro distante.”

Dados passageiros

Para Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, os resultados ruins apresentados pelos mercados de câmbio e ações nesta segunda-feira podem ser passageiros. “Além disso, o dólar ainda está perdendo para o real e a Bolsa se mantém no lado positivo neste ano”, diz.

Considerados os fechamentos desta segunda, a moeda americana apresenta queda de 2,78% neste mês e de 6,93% no ano frente ao real. O Ibovespa subiu 7,77% em março e 10,03% em 2025.

>

Rolar para cima