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Em livro, ex-interventor do DF relata tensão com militares no dia 8/1

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Em livro, ex-interventor do DF relata tensão com militares no dia 8/1

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
Ricardo Cappelli narra memórias em ‘O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu’ 31 de maio de 2025 | 08:22

Em livro, ex-interventor do DF relata tensão com militares no dia 8/1

Em livro que está lançando, Ricardo Cappelli, nomeado pelo presidente Lula interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, relata tensões com comandantes militares vividas naquele dia.

Na obra “O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu”, que tem cerca de 200 páginas e será lançada pela editora História Real, o político formado em jornalismo narra, por exemplo, o momento em que as tropas da Polícia Militar, então sob seu comando, e a Polícia do Exército ficaram cara a cara.

Ele escreve que sua tarefa era retirar e prender os 1.200 manifestantes que ainda estavam na Esplanada dos Ministérios naquela noite e desmontar o acampamento em frente ao QG do Exército, “em uma tensão sem limites do começo ao fim”, diz.

Durante a ação, Cappelli relata discussões e incômodos, por exemplo, com o general Júlio César de Arruda, ex-comandante do Exército; o general Gustavo Henrique Dutra, então chefe do Comando Militar do Planalto; e o coronel Jorge Eduardo Naime, do Departamento de Operações da PMDF.

“O senhor ia entrar aqui com tropas sem a minha autorização?”, teria dito o general Arruda em um dos momentos mais críticos. Ao longo do livro, ele repete críticas ao que considera uma falta de disposição dos militares e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em acabar com as manifestações golpistas.

Também conta como foi parar fortuitamente na cadeira de interventor. O então recém-empossado ministro da Justiça Flávio Dino, hoje no STF, falava com Lula ao telefone quando olhou da janela e viu Cappelli dar ordens a homens da Força Nacional para evitar uma invasão do prédio. “É ele”, teria dito.

Cappelli acabara de ser empossado secretário-executivo da pasta, como homem de confiança de Dino, de quem também foi secretário no Maranhão.

Desde que deixou o cargo, em janeiro de 2024, ele preside a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e se apresenta como pré-candidato ao governo do DF no ano que vem pelo PSB.

Júlia Barbon, Folhapress




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