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Em meio a possibilidade de novo circuito, Daniela Mercury ‘bate o pé’ e defende Carnaval na Barra: “Meu coração não me deixa sair”

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Em meio a possibilidade de novo circuito, Daniela Mercury ‘bate o pé’ e defende Carnaval na Barra: “Meu coração não me deixa sair"

A capital baiana amanheceu com a notícia da aprovação do Projeto de Indicação para a criação de um novo circuito oficial para o Carnaval, entre os bairros da Boca do Rio e Patamares, deixando os foliões confusos com a possibilidade de uma mudança já para o Carnaval de 2025.

 

Para Daniela Mercury, outros circuitos podem existir, mas é na Barra que ela quer ficar e desfilar. Em entrevista ao Bahia Notícias neste sábado (21), durante o lançamento do Pôr do Som, a artista falou sobre o assunto e defendeu o Carnaval na Barra e no Centro.

 

“Eu acho que o Carnaval da Bahia, provavelmente expanda, tenha novos circuitos. Eu não quero sair da Barra; Você faz aquela machinha, ‘daqui não sai daqui, ninguém me tira’. Foi assim que lutei pelo Pôr do Som e eu vou continuar a lutar para estar na Barra, porque não se constrói tradição em pouco tempo, se constrói com a cidade durante muitos anos.”

 

A cantora, que foi uma das primeiras artistas a desfilar na Barra, relembrou a época em que desceu para estar com o trio próximo ao mar, “fugindo” do Campo Grande, que era o circuito tradicional.

 

“Eu fiquei cinco anos na Barra, no escuro, fiz o primeiro camarote da cidade, que virou um produto importante. Então, assim, eu fiz muitos malabarismos, tive muitos sonhos e realizei muitos sonhos em prol da cidade que se tornaram referência da cidade. Simplesmente, meu coração não me deixa sair da Barra, da Avenida.”

 

Foto: Moskow / Bahia Notícias

 

Para Daniela, pensar no Carnaval da forma como ele acontece atualmente é pensar no coletivo. A artista aponta para a necessidade de revitalizar o que já se tem. 

 

“Quando me pediram eu voltei para a avenida. Acho que revitalizar a avenida é muito importante, eu tenho feito isso como artista, eu sempre estou pensando no bem coletivo, então eu não fico pensando o que é melhor para mim, várias vezes eu faço até o que não é tão bom para mim, para poder fazer algo que é bom para a cidade.” 

 

Em 2025, a artista irá desfilar apenas um dia com o Bloco Crocodilo e explicou a decisão. Apesar de um dia de bloco, a artista se encontra com os fãs nas pipocas e no camarote.

 

“Infelizmente, os blocos têm sofrido também com isso. Digo assim, eu nem tenho problemas necessariamente com Crocodilo. O Crocodilo tem foliões. Não é por falta de fãs que vão para lá, porque eu cultivei. O Crocodilo tá fazendo 40 anos esse ano. Eu estou puxando o Crocodilo sozinha, praticamente, desde 1997. A gente criou uma relação muito forte, muito profunda. E os blocos têm um pouco essa coisa de quase um time de futebol, mas o carnaval tá muito cheio, apertado, com muitas bandas, muitos trios elétricos. Isso talvez seja uma coisa que a gente. As coisas também vão mudando, é um carnaval vivo, uma cultura viva. A gente vai testar, sair esse ano só um dia, vamos ver se está tudo certo. E quem sabe eu vá e volto.”

 

 

O QUE É O PROJETO DE INDICAÇÃO?
O projeto de indicação n° 47/2023 do vereador Antônio Carolino (DC), aprovado na sessão ordinária de terça-feira (17) da Câmara Municipal de Salvador, que sugere a criação de um novo circuito oficial para o Carnaval, não significa que já está definido a criação.

 

O texto apresentado pelo edil, sugere à Prefeitura Municipal a criação de um novo circuito oficial para o Carnaval, na orla entre os bairros da Boca do Rio e Patamares, com uma homenagem a Moraes Moreira, primeiro puxador de trios da história da capital baiana.

 

De acordo com a Constituição Federal, os legisladores não podem apresentar projetos de lei que impliquem custos para o Poder Executivo. Desta forma, os vereadores apresentam a indicação para o Poder Executivo.

 

“Através de projetos de indicação, o vereador sugere, de forma oficial aos poderes competentes, medidas de interesse público, desde que não se configure sugestão para a realização de obra ou serviço”, informa o site da Câmara de Salvador.

 

A mudança é criticada por empresários do ramo do entretenimento que atuam no Carnaval. Neste ano, em entrevista ao podcast ‘Elas em Cena’, no estúdio do Bahia Notícias, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, reforçou que um novo circuito só consegue se firmar na cidade com a adesão do público.

 

“Um circuito novo, as pessoas têm que chegar antes da Prefeitura, como foi na Barra. Eu ia antes de ser circuito oficial. É uma coisa que as pessoas foram antes. Não se dá para estabelecer um circuito novo do nada, eu acredito muito nessa questão orgânica”, pontuou.



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