Filipe Escandurras critica mudanças em suas músicas sem autorização
O cantor e compositor Filipe Escandurras expressou sua insatisfação em relação a alterações feitas em suas músicas sem a devida autorização. Ele utilizou a analogia de um pai que vê o nome de seu filho mudado no registro de nascimento para ilustrar sua posição sobre o tema.
Escandurras, conhecido por sucessos da música baiana como ‘Lepo Lepo’, ‘Fui Fiel’ e ‘Águas de Chuva’, conversou com o Bahia Notícias sobre sua experiência com mudanças em suas composições. Ele relembrou a alteração na letra da música ‘Minha Deusa/ Cabelo de Chapinha’, lançada por Bell Marques em 2015, que teve que ser modificada após questionamentos do Ministério Público sobre possíveis interpretações discriminatórias.
Na ocasião, os outros compositores da canção, Fagner Ferreira dos Santos e Gileno Batista Gomes, concordaram em alterar a letra, mas Escandurras enfatizou sua exigência em relação às suas obras. “Eu sou muito exigente assim com as minhas composições. Graças a Deus eu nunca tive esse problema de precisar mudar música, mudar letra”, afirmou.
Bell Marques, que defendeu a originalidade da música, acabou interpretando a nova versão sem objeções. Ele declarou: “A minha história mostra que jamais desrespeitei o meu público através do meu trabalho.”
Escandurras também destacou que, apesar de uma canção ser vendida a um artista, o compositor continua sendo creditado e responsável pela obra. “A composição, ela continua sendo minha. É uma obra que vai ficar aí, é imortal”, disse.
A discussão sobre mudanças em músicas ganhou destaque novamente no final de 2025, após a polêmica envolvendo Claudia Leitte e a alteração na música ‘Caranguejo’. Escandurras mencionou uma mudança significativa em sua composição ‘Axé Salvador’, interpretada por Daniela Mercury para o Carnaval de 2025. Ele afirmou que a música foi alterada sem seu consentimento, o que o deixou desconfortável, pois a nova versão não refletia sua criação original.
“Axé Salvador é uma música totalmente diferente da música que foi composta. Daniela mudou a música completamente”, explicou. Ele ressaltou que, devido à colaboração com outros compositores, não teve contato direto com Mercury, mas reiterou a importância de ser consultado sobre mudanças em suas obras.
A questão da alteração de músicas também se tornou um tema relevante com a ação protocolada pelo Ministério Público da Bahia e o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) contra Claudia Leitte, pedindo uma indenização de R$ 2 milhões por dano moral coletivo devido à mudança em sua música. O Idafro argumentou que a alteração não deve ser considerada como liberdade artística, mas sim como um ataque à memória cultural e religiosa afro-brasileira.
Claudia Leitte, ao ser questionada sobre a mudança, afirmou que o racismo é uma pauta que deve ser discutida com seriedade e não de forma superficial, destacando a importância do respeito e da integridade nas discussões sobre o tema.
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