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Esportes de Verão: Conheça o beach tennis, tendência no verão da Bahia

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Esportes de Verão: Conheça o beach tennis, tendência no verão da Bahia

O Beach Tennis, também chamado de tênis de praia, surgiu na Itália, especificamente nas praias de Ravenna, no final da década de 1980. Inicialmente, era uma atividade recreativa que combinava elementos do tênis tradicional, do vôlei de praia e do badminton. Em 1996, a Federação Internacional de Tênis (ITF) padronizou as regras, dando início à profissionalização do esporte.

 

O “boom” da modalidade no Brasil ocorreu em 2008, no Rio de Janeiro, e rapidamente se espalhou pelo país. Atualmente, o Brasil é considerado uma potência no Beach Tennis, já superando a Itália em número de praticantes e eventos. Em 2023, o país sediou 33 dos 88 torneios mundiais, distribuindo US$ 415.000 em prêmios, o que representou cerca de 40% da premiação total do calendário da ITF.

 


Foto: Divulgação

 

O crescimento do Beach Tennis no Brasil tem ganhado notabilidade e cada vez mais relevância. De acordo com números levantados pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT), estima-se que o número de praticantes quase triplicou nos últimos três anos, passando de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023. Esses dados indicam que a popularidade do esporte vem aumentando em diversas regiões, incluindo áreas não litorâneas.

 

Para saber mais sobre o tema, o Bahia Notícias entrou em contato com o professor e atleta Pedro Mesquita, que ocupa o 6º lugar no ranking 40+ do Campeonato Baiano da modalidade. Dentro do cenário baiano, Pedro fez uma avaliação geral sobre o crescimento do esporte no estado, ressaltando seu impacto positivo nas novas gerações, especialmente nas crianças, que estão aderindo à modalidade mais cedo.

 


Foto: Gringo Market/Acervo Pessoal

 

“O Beach Tennis está crescendo muito, e não só no verão. Tem sido um esporte com um crescimento muito grande, principalmente pela posição dos profissionais no ranking. Entre os dez melhores do mundo, seis são brasileiros, e isso faz o esporte crescer bastante. Outro ponto são as crianças, que estão aderindo à modalidade mais cedo. Antes, elas não tinham tanto acesso ao Beach Tennis”, afirmou.

 

Vale lembrar que os seis brasileiros entre os dez melhores atletas de Beach Tennis do mundo, mencionados por Pedro Mesquita, são: André Baran (3º), Daniel Mola (5º), Giovanni Cariani (6º), Allan Oliveira (8º), Felipe Cogo Loch (9º) e Hugo Paronetto Russo (10°). Veja a lista completa abaixo, divulgada no site oficial da ITF:

 


Foto: Divulgação/ITF

 

O Brasil atualmente lidera em número de praticantes e eventos relacionados ao Beach Tennis. Segundo dados da ITF, o país ultrapassou a Itália nesse quesito, tornando-se uma referência mundial. Atletas brasileiros frequentemente conquistam títulos em competições internacionais, consolidando o país na elite do esporte.

 

DIFICULDADES SOCIAIS
Hoje, a prática do Beach Tennis requer alguns investimentos iniciais. Raquetes para iniciantes podem custar a partir de R$ 200, enquanto modelos profissionais ultrapassam R$ 1.000. Além disso, é necessário adquirir bolas específicas e trajes adequados para a prática na areia.

 

Os custos associados ao esporte podem ser um fator limitante para alguns. A necessidade de equipamentos específicos e o acesso a locais apropriados para a prática podem restringir a participação de pessoas com menor poder aquisitivo. Diante desse cenário, a democratização do esporte e a importância de iniciativas que promovam a inclusão são questões levantadas pelos adeptos da modalidade.

 

Ainda ao BN, Pedro Mesquita ressaltou que, embora o Beach Tennis seja um esporte de fácil prática e acesso ao ar livre, ainda existem barreiras para a inclusão social. No entanto, ele argumenta que a modalidade é “para todos” e cobra uma mobilização maior das arenas para dar suporte à população de baixa renda, incluindo o público jovem, que ele considera ser a chave para o futuro.

 

“Na minha opinião, é um esporte para todos. Ele precisa de mais ações das arenas para começar a incluir as pessoas de baixa renda e dar um crescimento mais amplo. Uma criança entre 7 e 8 anos, de baixa renda, que não tem uma vida fácil em casa, mas gostou do esporte e se dedicou, merece um futuro que a gente pode proporcionar. Ela pode se tornar professora de Beach Tennis ou uma jogadora de alto nível. O que falta, para mim, é que as arenas promovam mais atividades com função social e tragam essas pessoas para o esporte”, pontuou.

 

Apesar desses desafios, o Beach Tennis tem se consolidado como uma modalidade de destaque no cenário esportivo brasileiro. A combinação de atividade física intensa com o ambiente descontraído das praias — um dos principais atrativos da estação do ano — atrai pessoas de diferentes idades e perfis. Além disso, a modalidade tem impulsionado setores econômicos como turismo, comércio de equipamentos e organização de eventos, principalmente no estado da Bahia.

 

Salvador acompanhou essa tendência nacional e registrou um aumento no número de praticantes, além de melhorias na infraestrutura dedicada ao Beach Tennis. Clubes tradicionais, como a AABB Salvador, passaram a oferecer aulas e aluguel de quadras para atender à crescente demanda.

 

Além dos clubes, espaços comerciais também investiram na modalidade. O Shopping da Bahia, por exemplo, inaugurou a Arena The Set, localizada no 7º andar, ocupando uma área de mais de 25.000 m² no estacionamento D, com o intuito de proporcionar aos clientes a oportunidade de praticar Beach Tennis em um ambiente urbano.

 


Foto: Divulgação/Arena The Set/Shopping da Bahia

 


Foto: Divulgação/Arena The Set/Shopping da Bahia

 

A popularização do Beach Tennis em Salvador não se restringe apenas aos espaços privados. Praias como a de Piatã tornaram-se pontos de encontro para os entusiastas do esporte. O Salvador Beach Tennis é outro exemplo: situado no Costa Verde Tennis Clube, o local ampliou suas instalações, adicionando novas quadras para atender à crescente demanda.

 

FUTUROS BAIANOS
A Bahia teve destaque no Circuito Paulista de Verão de Beach Tennis 2025, competição organizada pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e válida para o ranking nacional. Entre os atletas que subiram ao pódio, Bernardo Gil e Isabelli Camurugy conquistaram medalhas e mostraram a força da nova geração do esporte no estado. Ambos contam com o apoio do Bolsa Esporte, programa da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

 

Aos 13 anos, Bernardo Gil foi campeão da categoria simples na terceira etapa, disputada em Vinhedo (SP). Já na quarta etapa, realizada na capital paulista, conquistou duas medalhas de bronze: na categoria mista, ao lado de Isabelli Camurugy, e na masculina, jogando com Rafael Gordilho.

 


Foto: Maurício Vianna/Divulgação/Sudesb

 

“Minhas expectativas para 2025 são muito grandes! Quero continuar evoluindo, treinando forte e conquistando novos títulos. O apoio do Bolsa Esporte tem sido essencial para que eu possa seguir representando a Bahia e buscando novos desafios”, afirmou Bernardo.

 

Já Isabelli Camurugy garantiu dois vice-campeonatos na categoria simples sub-14, além do terceiro lugar na dupla mista com Bernardo. A atleta também destacou a importância do suporte recebido pelo programa estadual.

 


Foto: Maurício Vianna/Divulgação/Sudesb

 

“O Bolsa Esporte tem sido fundamental para custear minhas inscrições e viagens. Essa experiência em São Paulo foi incrível, me permitiu enfrentar novos adversários e aprimorar meu jogo. Em 2025, quero evoluir ainda mais e conquistar mais títulos”, disse Isabelli.

 

O Circuito Paulista seguirá ao longo da temporada, e terá novamente os jovens talentos da Bahia na disputa por novas conquistas dentro do cenário nacional. 


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