Após sanção assinada nesta tarde pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi inaugurada nessa última terça-feira 21, a primeira delegacia de combate ao racismo e à intolerância religiosa situada no estado da Bahia.
A unidade policial vai funcionar dentro do Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), no Engenho Velho de Brotas, onde antes funcionava a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A unidade trabalhará investigando e reprimindo crimes de racismo e intolerância religiosa de forma complexa, e atendendo especificidades como LGBTfobia e violências direcionadas a pessoas idosas.
“Aqui tem segurança pública, mas tem assistência social, tem direitos humanos, com uma missão, muito forte, de garantir o direito de quem queira fazer uma denúncia. Para aqueles que não tiverem coragem, nós vamos preparar, cada vez mais, a sociedade baiana. Agora temos mais um instrumento, inicialmente, aqui, em Salvador, mas nos próximos 10 anos vamos garantir que a intolerância religiosa seja banida do nosso estado. Preparamos nossas forças, tem muita competência nesse serviço. A gente vai trabalhar para zerar isso”, destacou o governador Jerônimo Rodrigues, sobre a política baiana de combate aos crimes de racismo.
A delegacia funcionará 24 horas, todos os dias da semana, incluindo serviços como investigação, assistência social e psicologica, cartório, sala de reconhecimento e apoio integrado dos Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neam), de Combate aos Crimes Cibernéticos (Cyber), de Diversidade e da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), que também atenderão na estrutura de segurança. No local, também haverá um posto SAC, com oferta de serviços de cidadania.
“Nesse Centro vamos aglutinar diversos serviços para proteção dos grupos vulnerabilizados. Mais uma vez, a Bahia sai na dianteira, reforçando o seu compromisso com a defesa da nossa liberdade de expressão, da liberdade religiosa, onde todas as pessoas possam ter seus direitos devidamente garantidos. Entendemos que a gente consegue vencer o preconceito através da difusão do conhecimento e do respeito às pessoas. E é que vamos fazer”, reforçou Heloísa Brito, delegada-geral da Polícia Civil da Bahia (PC-BA).
De acordo com dados da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), apenas em 2024 foram registrados 500 casos de racismo e 350 de intolerância religiosa no estado da Bahia. Os números representam um aumento de 11% e 9%, respectivamente, na violência direcionada a pessoas negras ou de religiões de matrizes africanas e não cristãs, um aumento absurdamente significativo.
Essa é a primeira delegacia de combate ao racismo e à intolerância religiosa inaugurada no Brasil, um grande passo rumo a desigualdade religiosa, iniciado no estado da Bahia.
Fonte: SEPROMI