Campus da USP 03 de outubro de 2025 | 10:43
Estudantes pedem cassação de Lucas Pavanato após placa preta em carro e ataques à USP
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP protocolou nesta quarta-feira (1º) uma representação na Câmara Municipal de São Paulo pedindo a cassação do mandato do vereador Lucas Pavanato (PL).
O documento, entregue à Corregedoria da Casa com apoio da vereadora Luana Alves (PSOL), acusa o parlamentar de uso irregular de um carro particular com placa preta —restrita a veículos de coleção— para circular em áreas restritas, incluindo a Cidade Universitária.
Segundo o DCE, a conduta configura crime, improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar, em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro, o Código Penal e normas internas da própria Câmara.
À coluna, Pavanato não se manifestou sobre as acusações e diz que só quer saber se a “direção da USP já expulsou os alunos que me ameaçaram de morte nas redes sociais e responsabilizou os membros do DCE que me agrediram ao tentar propor debate na universidade?”
“No mais, não vou dar palanque para militante mimado”, continua.
Os estudantes afirmam ainda que o episódio não pode ser dissociado da atuação política de Pavanato, que estaria associada a grupos de extrema-direita que promovem ações contra a universidade. “Não se trata apenas de uma infração de trânsito. Além da representação, o DCE organizou um ato público nesta quinta (2), às 17h, no Vão da FFLCH, em defesa da universidade.
Um vereador que burla a lei e, ao mesmo tempo, legitima ataques contra estudantes e contra um acampamento em defesa da Palestina não pode ocupar um cargo público”, diz Pedro Chiquitti, membro do DCE.
O pedido de cassação se soma a um histórico de conflitos. Levantamento do próprio DCE aponta que o campus da USP foi alvo de oito ataques de grupos de direita somente neste ano, dois deles na mesma semana do feriado de 7 de setembro. Nessas ocasiões, grupos entram na universidade para gravar vídeos e gerar recortes destinados às redes sociais, numa estratégia que os estudantes afirmam ter o objetivo de “deslegitimar” o ensino público.
Um dos provocadores reincidentes é Pavanato, segundo o DCE.
Mônica Bergamo/Folhapress
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