O atacante Allano, do Operário-PR, passou a ser alvo de ataques racistas nas redes sociais após denunciar o meia Miguelito, do América-MG, por injúria racial durante partida da sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Desde então, o jogador tem recebido mensagens com termos ofensivos, como “mono” (macaco, em espanhol), além de emojis de macacos e gorilas. Parte dos comentários também defende Miguelito, alegando injustiça na denúncia.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Diante das agressões virtuais, Allano restringiu os comentários em suas redes sociais apenas para seguidores, mas as ofensas continuam visíveis em algumas postagens.
A acusação ocorreu aos 30 minutos do primeiro tempo, quando Allano alegou ter sido chamado de “preto do c***” por Miguelito. O árbitro Alisson Sidnei Furtado aplicou o protocolo antirracista da CBF e paralisou o jogo por 15 minutos. A denúncia foi registrada na súmula.
Miguelito foi preso em flagrante após a partida, levado à delegacia junto com Allano e a testemunha Jacy, também do Operário-PR. O meia do América-MG foi liberado preventivamente na segunda-feira (5) e responderá ao processo em liberdade. A Polícia Civil busca imagens do momento do suposto crime com os canais de transmissão da partida.
No âmbito esportivo, o STJD acatou denúncia contra Miguelito com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de atos discriminatórios. A punição pode chegar a 10 jogos de suspensão e multa de até R$ 100 mil. A Procuradoria também solicitou suspensão preventiva do jogador, aceita pela presidência do tribunal.
O América-MG também foi denunciado por conduta discriminatória e pode ser penalizado com perda de mando de campo, pontos e obrigação de adotar medidas contra o racismo.
Já o Operário-PR foi incluído no processo por conta da conduta de um torcedor que arremessou bebida alcoólica e cuspiu em atletas do América-MG. A infração pode gerar multa de até R$ 100 mil. O clube informou que o torcedor foi identificado e retirado por policiais militares.