Rodrigo Teixeira 17 de setembro de 2025 | 10:36
Ex-diretor da PF na gestão Lula é preso sob suspeita de corrupção em órgãos ambientais
O ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, que atuou na cúpula da corporação no governo Lula (PT), foi preso nesta quarta-feira (17), na operação que mira organização criminosa suspeita de crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro em Minas Gerais.
Teixeira era diretor de Polícia Administrativa no início da gestão do diretor-geral da PF Andrei Rodrigues, e deixou o cargo no final do ano passado.
De acordo com as investigações, ele é suspeito de negociar direitos minerários com uma organização criminosa que atuava em Minas Gerais. Um dos interlocutores deles era o lobista Gilberto Henrique Horta de Carvalho. Ele também foi alvo de mandado de prisão.
A reportagem tenta localizar as defesas de Teixeira e de Carvalho.
Segundo a PF, Teixeira é visto como “peça central” na organização criminosa, participando da gestão de empresas que atuavam na área de mineração, embora não tivesse participação formal nas sociedades.
Em sua carreira na PF, Teixeira foi responsável pelas investigações sobre a facada em Jair Bolsonaro em 2018, em Juiz de Fora, quando o ex-presidente ainda era candidato ao Palácio do Planalto. Ele também atuou no início das investigações sobre a tragédia de Brumadinho, em 2019.
Entre os alvos de prisão também está um dos diretores da ANM (Agência Nacional de Mineração) Caio Mário Trivellato Seabra Filho.
O grupo teria obtido lucro de R$ 1,5 bilhão, além de ter projetos em andamento com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões. A Operação Rejeito tem o apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal.
Segundo informações da Polícia Federal, são cumpridos 79 mandados de busca e apreensão, 22 de prisão preventiva e afastamento de servidores públicos, além do bloqueio de R$ 1,5 milhão e suspensão de atividades de pessoas jurídicas envolvidas nos crimes.
O grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração. O objetivo seria o de conseguir autorizações e licenças ambientais fraudulentas.
Fazem parte da lista servidores de órgãos como Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ANM, FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais) e Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais).
Raquel Lopes e José Marques/Folhapress
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