Após meses sem definição, o Congresso Nacional instaurou, nesta quarta-feira (20/8), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Depois de um rápido bate-boca entre governistas e oposição, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da CPMI.

Assim que assumiu o comando da comissão, Viana escolheu o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) para ser o relator. O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.

Acompanhe:

Farra do INSS

• O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
• Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
• As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).

A CPMI reúne 32 integrantes, entre deputados e senadores, tanto da base do governo quanto da oposição. O colegiado ainda contará com o mesmo número de suplentes.

Em entrevista ao programa Acorda Metrópoles desta quarta, o relator da CPMI do INSS, o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), afirmou que os trabalhos seguirão, “independentemente de partido político, independentemente de ideologia”. Sobre a possibilidade de um acordo político que inviabilizasse o andamento da Comissão, o relator disse: “Não há nada que vá nos parar”.

O relator acrescentou que prevê chamar ministros dos dois últimos governos, e citou a futura convocação de Carlos Lupi, demitido após a Operação Sem Desconto, e Onyx Lorenzoni, ministro da Previdência de Bolsonaro.

Além de ter Ayres como relator, escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a CPMI será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).