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Ferrovias querem 30% dos cargos de gestão nas mãos de mulheres

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Ferrovias querem 30% dos cargos de gestão nas mãos de mulheres

Foto: Divulgação
Vanessa Alves Batista, maquinista da VLI 28 de setembro de 2025 | 18:15
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Ferrovias querem 30% dos cargos de gestão nas mãos de mulheres

Em um universo historicamente masculino, as mulheres têm ganhado mais espaço nas ferrovias nos últimos anos, registrando crescimento em funções como maquinistas, manobradoras, mecânicas e, também, em cargos de liderança.

Empresas ligadas ao transporte ferroviário de cargas e ao transporte urbano de passageiros têm metas de ampliação da presença feminina, especialmente em cargos de gestão.

Na VLI, por exemplo, a meta é de 30% dos cargos de alta liderança estarem nas mãos de mulheres até o final deste ano, de acordo com Danny Marchesi, gerente-geral de sustentabilidade e comunicação da empresa.

Na Rumo, maior concessionária de cargas do país, as mulheres ocupavam no primeiro trimestre do ano 1.250 postos de trabalho, 15% mais que um ano antes, em atividades como manobradoras, maquinistas, mecânicas e eletricistas. Como comparação, em 2022, elas eram 830, o que indica o crescimento contínuo.

Neste ano, a empresa chegou ao índice de 30% de mulheres nos cargos de liderança, com 90 das 300 posições ocupadas por elas.

Já na CCR Metrô Bahia, 32% dos cargos de liderança também já eram ocupados por mulheres no início deste ano, e o foco é ampliar a participação.

“Temos uma meta de ter 30% de mulheres em cargos de alta liderança e a gente trabalha também na ampliação do número de mulheres no quadro geral. Quando a gente começou a jornada, há dez anos, tínhamos 9% de mulheres no quadro total e hoje são 19%”, disse a gestora da VLI.

A meta de 30%, segundo ela, é um compromisso público e tem como prazo definido para ser cumprido o mês de dezembro. O índice atual é de 27%.

Não há uma meta específica para cada uma das funções existentes na companhia, mas as mulheres já estão presentes diretamente na condução dos trens. Dos 1.576 maquinistas do quadro, 101 são mulheres.

Vanessa Alves Batista é uma delas. Ela entrou na VLI para trabalhar na portaria da empresa, em Betim, mas percebeu que poderia ter uma outra atividade nas ferrovias, se interessou pelas locomotivas e há um ano e quatro meses é maquinista.

“A VLI disponibilizou três profissionais que me treinaram, profissionais esses muito bem treinados, capacitados, me deram muito apoio, tanto na vida pessoal quanto na profissional”, disse ela.

O tempo médio para se chegar a maquinista é de cerca de dois anos de treinamento e é preciso ter ensino médio completo. Das 1.600 mulheres que trabalham na VLI, 650 estão em cargos operacionais.

“É muito gratificante saber que a gente pode trabalhar onde a gente quiser, ser o que a gente quiser ser”, disse a maquinista.

Segundo a VLI, é comum as mulheres iniciarem na atividade fazendo manobras nos pátios e, depois, evoluírem para a função de maquinista.

Danny afirmou que a empresa tem como objetivo refletir em seus quadros o cenário da sociedade brasileira e, por isso, busca diversidade e inclusão, atraindo também pessoas com deficiências e negras.

A empresa, que tem 600 locomotivas e 21 mil vagões, administra cerca de 8.000 quilômetros de trilhos —sendo 720 quilômetros na Ferrovia Norte-Sul e o restante na Ferrovia Centro-Atlântica— e opera também na Estrada de Ferro Vitória a Minas e na Estrada de Ferro Carajás, ambas sob concessão da Vale.

No primeiro semestre deste ano, a VLI teve lucro líquido de R$ 1,08 bilhão, 12% acima do mesmo período do ano passado.

Marcelo Toledo/Folhapress



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