Pelo menos dois imunizantes que buscam envolver o sistema imunológico no combate à causa da acne estão sendo desenvolvidos

A acne é uma doença inflamatória da pele que ocorre quando os poros ficam obstruídos por excesso de oleosidade, células mortas e bactérias. Isso leva ao surgimento de cravos, espinhas e, em casos mais graves, cistos.
A condição é considerada bastante comum, especialmente durante a adolescência em função de alterações hormonais, e pode se manifestar no rosto, costas e peito. Existem algumas formas de tratamento, mas uma vacina está mais perto de se tornar realidade.

Vacina induziria produção de anticorpos pelo organismo
- Segundo informações do Jornal da USP, as principais apostas são dois imunizantes que buscam envolver o sistema imunológico no combate à causa da acne.
- A ideia é injetar um RNA mensageiro encapsulado, que codifica instrução para o organismo fabricar uma substância da bactéria Cutibacterium acnes.
- Dessa forma, o próprio organismo começaria a produzir anticorpos, matando a bactéria que está envolvida na doença de pele.
- O desenvolvimento das vacinas ainda pode evitar o uso de antibióticos, que muitas vezes acabam selecionando as cepas mais agressivas da bactéria e contribuindo para a sua resistência.
- Apesar dos avanços, ainda não há previsão de quando os imunizantes seriam liberados para uso da população.
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Doença também causa impactos psicológicos
Atualmente, os tratamentos contra a acne dependem da gravidade da doença, variando de aplicações de produtos na pele ou de administração oral. Entre os mais comuns estão os antibióticos, que têm uma ação anti-inflamatória.
Com as medicações que nós temos hoje em dia, existe um excelente controle da acne. O problema é que exige empenho do paciente, ele tem que se engajar no tratamento e a melhora vem ao longo do tempo. Então, embora os tratamentos que nós tenhamos sejam muito eficientes, eles não atendem totalmente ao desejo do paciente por uma solução rápida.
Maria Cecília Rivitti, dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

A especialista destaca que as formas mais comuns da acne ocorrem principalmente na adolescência e no começo da vida adulta. Como este é um período de crescimento e desenvolvimento das pessoas, a doença abre caminho para problemas não só físicos, como lesões, mas também impactos psicológicos.
Por conta disso, ela defende que a vacina se torna ainda mais importante no tratamento da doença. Ao mesmo tempo, destaca que por ser uma condição tão comum, a acne muitas vezes é tratada apenas pela indústria cosmética, o que muda a partir do desenvolvimento de imunizantes.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
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