Focos misteriosos e mortais de ondas de calor têm aparecido planeta afora, apontou um estudo recente. Nesses pontos, registra-se aumentos de temperatura muito além do que modelos climáticos atuais conseguem explicar. Apesar do mistério, a pesquisa também aponta que esses focos estão relacionados com as mudanças climáticas.
Alguns lugares viram “estufas temporárias“, como descrito por Kai Kornhuber, autor principal do estudo, num comunicado. Enquanto isso, outros registraram aumentos de temperatura bem menores do que o esperado.
O que isso quer dizer: existe um desequilíbrio no clima, segundo a pesquisa (você pode se aprofundar nela clicando aqui).
Focos de calor não têm precedentes e podem ameaçar a humanidade, alerta pesquisador
“Nós quantificamos mudanças nas temperaturas extremas em todo o mundo nas últimas décadas“, diz o artigo sobre a pesquisa. No estudo, os pesquisadores observaram “o surgimento de focos onde as temperaturas mais altas sobem significativamente mais rápido do que as temperaturas mais moderadas“.
“Nessas regiões, as tendências são amplamente subestimadas nas simulações dos modelos climáticos“, continua o texto. “Globalmente agregados, encontramos que os modelos têm dificuldades com ambas as extremidades da distribuição de tendências, com as tendências positivas sendo mais subestimadas, enquanto as tendências moderadas são bem reproduzidas.“
O mistério: o que está por trás das discrepâncias entre o aquecimento projetado e o real.
Entre os fatores sugeridos, estão:
- Aumento das temperaturas globais tornará as ondas de calor mais prováveis em qualquer lugar;
- Trabalhos anteriores de Kornhuber e seus colegas identificaram “oscilações” na corrente de jato como causas potenciais das secas e ondas de calor na Europa em 2018;
- Corrente de jato é um fluxo de ar concentrado e rápido na alta atmosfera. Imagine um rio fluindo no céu, impulsionando grandes massas de ar por longas distâncias.
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“Devido à sua natureza sem precedentes, essas ondas de calor estão geralmente associadas a impactos muito graves na saúde. E podem ser desastrosas para a agricultura, vegetação e infraestrutura“, alertou Kornhuber.
E o pesquisador foi além: “Não fomos feitos para elas. E talvez não consigamos nos adaptar rápido o suficiente.“