Cientistas descobriram que a doença em gatos se desenvolve de forma muito parecida com o que acontece nos humanos

O Alzheimer é considerado a forma de demência mais comum do mundo. Em todo o planeta, estima-se que mais de 55 milhões de pessoas vivam com a doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio.
Apesar de todos os avanços da medicina, diagnosticar esta condição de forma precoce ainda é um grande desafio. Mas, segundo pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, os gatos podem ser a solução.

- Um estudo publicado nesta semana no European Journal of Neuroscience analisou o cérebro de 25 gatos que apresentaram sintomas de demência em vida.
- Os cientistas identificaram o acúmulo de beta-amiloide, uma das características definidoras do Alzheimer em humanos.
- Isso significa que os felinos desenvolvem a doença de forma semelhante ao que acontece nas pessoas.
- Dessa forma, as descobertas podem ajudar a entender melhor esta condição.
- Futuramente, isso pode abrir novas possibilidades de tratamentos promissores contra o Alzheimer.
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Semelhanças entre a doença em gatos e humanos
Durante o trabalho, pesquisadores usaram imagens de microscopia para identificar o acúmulo de beta-amiloide nas sinapses, junções entre as células cerebrais, dos gatos analisados. As sinapses permitem a passagem de mensagens entre as células cerebrais, e a perda delas causa redução da memória e das habilidades de raciocínio em humanos com Alzheimer.
A equipe responsável pelo estudo ainda encontrou evidências de que células de suporte do cérebro, chamadas astrócitos e microglia, englobaram as sinapses afetadas. Esse processo, conhecido como poda sináptica, é importante durante o desenvolvimento cerebral, mas também contribui para a demência.

Anteriormente, roedores geneticamente modificados haviam sido analisados. O problema é que estes animais não desenvolvem demência naturalmente. Segundo os cientistas, como os gatos desenvolvem naturalmente essas alterações cerebrais, eles podem oferecer um modelo da doença mais preciso do que os animais de laboratório tradicionais.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
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