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Gripe aviária H5N1 preocupa cientistas e levanta alerta global sobre nova pandemia

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Cepa do vírus se espalha entre mamíferos e rebanhos leiteiros, aumentando risco de contágio humano e impacto na cadeia alimentar

A gripe aviária H5N1, uma cepa altamente patogênica do vírus influenza, voltou ao centro das atenções de autoridades sanitárias e cientistas em todo o mundo. O motivo é a disseminação acelerada do vírus não apenas entre aves, mas também entre mamíferos, inclusive rebanhos leiteiros, e casos pontuais em humanos. O cenário desperta preocupações sobre a possibilidade de uma nova pandemia global, caso o vírus adquira capacidade de transmissão sustentada entre humanos.

Primeiro caso em aves comerciais no Brasil e impacto econômico

O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, registrou em maio de 2024 o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Até então, o vírus havia sido identificado apenas em aves silvestres e criações de subsistência. Como consequência imediata, países como China, Argentina e União Europeia suspenderam temporariamente as importações de frango brasileiro, gerando impactos na balança comercial e levantando alertas sobre os protocolos de contenção.

Expansão nos Estados Unidos: vírus já circula entre humanos e rebanhos

Nos Estados Unidos, a situação é ainda mais grave. O H5N1 já foi detectado em todos os 50 estados em aves selvagens, em dezenas de espécies de mamíferos e, recentemente, em mais de mil rebanhos leiteiros. Já são ao menos 70 casos confirmados em humanos, incluindo uma morte. A transmissão para vacas leiteiras é inédita e preocupa por colocar o vírus em contato constante com humanos, aumentando a chance de mutações.

Segundo especialistas entrevistados pela BBC News Brasil, os EUA podem já ter ultrapassado o ponto de contenção do vírus devido à falha na vigilância epidemiológica, demissões de especialistas, e falta de testagens sistemáticas em rebanhos infectados.

Três fatores preocupantes para o avanço do H5N1

Os cientistas destacam três aspectos críticos que aumentam o risco de uma nova pandemia:

1. Infecção de mamíferos em larga escala

Casos já foram registrados em leões-marinhos, gatos domésticos, raposas, ursos e outros mamíferos, alguns deles com mutações que indicam adaptação ao organismo humano.

2. Contaminação de rebanhos leiteiros

As vacas têm contato direto com humanos e compartilham equipamentos, o que facilita a disseminação do vírus e o risco de salto entre espécies.

3. Falhas na resposta de saúde pública

A diminuição da estrutura de resposta sanitária nos EUA desde a pandemia de Covid-19 compromete a capacidade de contenção precoce.

Vacinas e medidas preventivas em curso

Países como França, México, China e Índia já iniciaram vacinação de aves, com diferentes resultados. Os EUA aprovaram uma vacina emergencial para frangos, e milhões de doses de vacinas humanas estão armazenadas, destinadas inicialmente a trabalhadores expostos a aves e rebanhos.

Risco real, mas evitável com vigilância e ação coordenada

Embora a transmissão sustentada entre humanos ainda não tenha sido registrada, os especialistas reforçam que o risco existe e é real. Um cenário de mutação do H5N1 para uma forma mais contagiosa entre humanos pode gerar uma nova emergência sanitária global. O momento é de atenção máxima, monitoramento rigoroso e cooperação internacional para evitar que a gripe aviária se torne a próxima pandemia.

DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO

*Com informações da BBC BRASIL


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