Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) 18 de setembro de 2025 | 15:28
Haddad promete entregar melhor resultado da economia para Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera encerrar sua gestão entregando ao presidente Lula a menor taxa de inflação da história (4,5% ao ano) em períodos de maior crescimento econômico –o que servirá de combustível para a campanha à reeleição em 2026.
A promessa será a de manter o arcabouço fiscal em curso e ampliar a meta de superávit para 4% ao ano em um eventual novo mandato do petista. Assim, a dívida pública deve parar de crescer até, no máximo, 2029.
Neste ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve fechar em 4,82% ao ano, um pouco acima da meta, mas, ainda assim, o menor da história para um período de crescimento econômico. A projeção do PIB pelo governo neste ano é de 2,5%, um pouco abaixo da média de 3% nos anos anteriores.
Ainda segundo relatos da equipe econômica, na gestão do ex-presidente Michel Temer, o IPCA caiu de 6,29%, em 2016, para 3,75% ao ano, mas o país viveu deflação por retração no consumo e no PIB, que só voltou a crescer (1,8%) em 2018.
No governo Jair Bolsonaro, a inflação chegou a 10%, em 2021, caiu para 5,79%, em 2022, último ano de seu mandato. O PIB cresceu 1,14%, em 2019, e 3%, em 2022.
O governo quer explorar esse resultado, obtido mesmo diante de um Congresso dominado pela oposição e que usa a liberação de emendas como moeda de troca para assuntos de interesse.
Lula também tentará desconstruir a imagem de que seu governo não cuida do equilíbrio fiscal, mirando a redução da dívida pública.
Para isso, pretende colar no Congresso a autoria de medidas que ampliaram os gastos e que dificultaram a execução do Orçamento.
Panetone
O ataque às emendas parlamentares será uma tônica. Segundo assessores de Lula, em 2026, elas estariam acima de R$ 60 bilhões, caso o Supremo Tribunal Federal não tivesse colocado um freio.
Para se ter ideia, todo o investimento previsto em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no próximo ano somarão R$ 55 bilhões.
Chamadas pelos próprios congressistas de “panetone de Natal” nas negociações de projetos de interesse do governo deste ano, segundo relatos da equipe econômica, elas são cobradas em todos os projetos importantes, como a reforma do Imposto de Renda e a medida provisória que cria tributação a aplicações privadas de renda fixa, como LCAs e LCIs.
Julio Wiziack, Folhapress
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