A solenidade contou com a presença de figuras expoentes dos meios político, jurídico, acadêmico e segmentos sociais 03 de outubro de 2025 | 15:29
Homenagens a Edvaldo e Antônio Brito são marcadas por emoção e aceno sobre cenário político de 2026
Em uma solenidade concorrida, que lotou o plenário da Assembleia Legislativa da Bahia e o saguão principal, o professor e advogado tributarista, Edvaldo Brito (PSD), recebeu nesta sexta-feira (3), ao som da música “Andar com fé”, de Gilberto Gil, a Comenda 2 de Julho. A solenidade contou com a presença de figuras expoentes dos meios político, jurídico, acadêmico e segmentos sociais.
A homenagem é a mais alta honraria da Casa e foi entregue no dia em que Edvaldo Brito completou 88 anos. Ele é considerado um dos maiores juristas e homens públicos do Brasil, além de ser ex-vereador de Salvador. A proposta, de iniciativa dos deputados Marquinho Viana (PV) e Euclides Fernandes (PT), foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares da Casa.
A sessão especial teve vários pontos altos, como o do discurso da presidente da Assembleia, deputada Ivana Bastos (PSD), em que ela exaltou a trajetória de vida de Edvaldo Brito, homem negro e de origem humilde, natural de Muritiba, no Recôncavo baiano. Com a voz embargada, ela citou que era impossível não se emocionar, já que ali prevalecia a relação entre pai e filho, em referência ao deputado federal Antônio Brito (PSD), que também recebeu a Comenda 2 de Julho, desta vez, proposta pelo deputado Patrick Lopes (Avante). Em meio às lágrimas, Ivana afirmou que Edvaldo e Antônio são como ela era com seu pai, o ex-deputado Fernando Bastos, morto em dezembro de 2024.
Legado
Edvaldo Brito se despediu do terceiro mandato de vereador de Salvador no ano passado. Ele optou por não disputar à reeleição. Também foi vice-prefeito de Salvador nas gestões de João Henrique e Roberto Santos.
No meio acadêmico, Antônio Brito é professor emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), além de ser membro de diversas Academias, entre elas, a de Letras da Bahia e a de Letras Jurídicas do Brasil.
Em seu discurso, o jurista, visivelmente emocionado, se definiu como “negro, magermo e pobre” ao lembrar da infância difícil no interior do Estado. Ele afirmou jamais ter imaginado chegar onde chegou, mas que sua trajetória foi marcada por muita luta, trabalho e resiliência. Ao seu lado, foi colocada uma imagem de Nossa Senhora, que ele ganhou de presente da mãe da deputada Ivana Bastos, a artesã Marília Teixeira, também morta há quase um ano. Ele citou que a imagem o ajudou em momentos difíceis como na pandemia, arrancando lágrimas presidente Ivana.
Edvaldo Brito também fez referências a passagens bíblicas como a parábola dos trabalhadores da vinha, do Evangelho de Mateus (20-1:16), que diz que os “últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
Edvaldo foi efusivamente aplaudido quando disse que “aquele que nega as suas origens não merece o apoio de ninguém”, num contexto de exaltação à ancestralidade do povo negro e a sua mãe, dona Edite.
Antônio Brito
A música que marcou a entrega da Comenda 2 de Julho a Antônio Brito foi “Você não sabe como eu caminhei”, da banda Cidade Negra. O parlamentar federal destacou o papel do seu partido, o PSD, no cenário nacional em meio à polarização política. Ele citou que o presidente da legenda, senador Otto Alencar, “tem sido o farol para a Bahia e para o Brasil” e como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, tem assumido o protagonismo num momento delicado de discussões das pautas de interesse da população. Ele também fez um gesto ao senador Angelo Coronel (PSD), presente no evento, ao afirmar que o PSD espera e vai trabalhar por sua reeleição.
“Esta solenidade conjunta está sendo feita hoje porque nós somos inseparáveis. Como eu vou fazer uma homenagem sem estar ao lado do meu pai? Se nós somos inseparáveis, o que eu posso dizer é que o amor que eu sinto pelo senhor é incomparável”, afirmou Antonio Brito, arrancando uma salva de palmas dos convidados.
Mesmo ultrapassando o horário do almoço, o que não é habitual para uma sexta-feira em que a Assembleia Legislativa funciona com o expediente reduzido, nenhum convidado arredou o pé antes do término da sessão, que encerrou às 13 horas, com o plenário lotado como começou.
Carine Andrade, Política Livre
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