A Justiça da Bahia anulou todos os acordos firmados entre produtores rurais do Estado e a empresa JJF Holding, que é alvo da Operação Faroeste. Essa investigação apura um suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário baiano. De acordo com a decisão, a JJF coagiu os agricultores a aceitar condições ilegais para permanecer em suas terras. A empresa deverá reembolsar os agricultores e indenizá-los por danos morais.

O juiz Maurício Alvares destacou que os acordos questionados foram precedidos por um esquema criminoso envolvendo membros do Poder Judiciário, que buscavam decisões favoráveis. A decisão abrange a JJF e os empresários José Dias, Ildeni Dias e Joilson Dias, que também estão sendo investigados na Operação Faroeste. Os empresários não responderam aos contatos feitos.

A Operação Faroeste está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e resultou na prisão de pelo menos três desembargadores baianos. O Ministério Público Federal identificou o empresário Adailton Maturino como o idealizador do esquema de propinas.

A decisão foi assinada em 24 de novembro, no processo movido pela Associação dos Produtores Rurais da Chapada das Mangabeiras. A JJF e os empresários mencionados não apresentaram defesa à Justiça. O magistrado ressaltou que os produtores rurais enfrentaram “grave pressão” para assinar os acordos com a JJF, que operava com um “padrão sistemático” de atuação na região, utilizando grupos armados nas fazendas.