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Kast vence Presidência do Chile, e país volta à direita em uma versão trumpista

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Kast vence Presidência do Chile, e país volta à direita em uma versão trumpista

José Antonio Kast é eleito presidente do Chile com 58,6% dos votos válidos
José Antonio Kast, ex-deputado de ultradireita, foi eleito presidente do Chile neste domingo, 14 de outubro de 2023. Ele derrotou a candidata do governo, Jeannette Jara, e assumirá o cargo em 2024. Com 83% dos votos apurados, Kast, do Partido Republicano, obteve 58,6% dos votos válidos, enquanto Jara, do Partido Comunista, recebeu 41,48%, conforme dados preliminares do Serviço Eleitoral do Chile. Aos 59 anos, Kast se torna o presidente mais à direita do Chile desde a ditadura de Augusto Pinochet, que ocorreu entre 1973 e 1990. Esta foi a terceira tentativa de Kast para se tornar presidente.

A ordem pública e o controle da imigração irregular foram temas centrais na campanha de Kast, que ocorreu em um contexto de retorno ao voto obrigatório. Apesar de o Chile ter uma baixa taxa de homicídios em comparação com seus vizinhos, a preocupação com a criminalidade é elevada. Ambos os candidatos prometeram proteger a fronteira norte, controlar a entrada de imigrantes, especialmente da Venezuela, e combater o crime organizado, mas Kast apresentou propostas mais rigorosas. Ele chegou a prometer expulsões em massa de imigrantes, mas depois moderou sua posição, propondo restrições ao acesso de serviços básicos para estrangeiros em situação irregular e prisões isoladas para líderes do tráfico.

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Durante a campanha, Kast evitou discutir direitos humanos, casamento igualitário ou a ditadura de Pinochet, focando na segurança. Sua vitória marca o fim de um ciclo histórico que começou após os protestos de 2019, que culminaram na eleição de Gabriel Boric em 2021 e nas tentativas de redigir uma nova Constituição. Kast, advogado ultracatólico e ex-congressista, pode se tornar o primeiro presidente a apoiar publicamente Pinochet.

Após a eleição, Jara e Boric parabenizaram Kast. Jara escreveu em sua conta no X: “A democracia falou alto e claro. Desejo sucesso ao presidente eleito, José Antonio Kast, para o bem do Chile.” Ela também destacou a continuidade do trabalho para melhorar a vida no país. O dia da votação foi marcado por frio e chuvas em algumas regiões, mas ocorreu sem grandes incidentes.

Kast fez referências ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora tenha afirmado que não pretende replicar a política anti-imigração de seu aliado. Também mencionou a intenção de manter boas relações com países vizinhos, como Argentina, Bolívia e Peru. Kast votou por volta das 10h em Paine e comentou sobre a transição de governo com Boric: “Quem ganhar será o presidente de todos os chilenos. As questões que nos preocupam não têm cor política.” Jara, por sua vez, votou no início da tarde em Conchalí, expressando seu orgulho pela aprovação da reforma da Previdência. O presidente Gabriel Boric, que votou em Punta Arenas, minimizou a possibilidade de que sua gestão influenciasse os resultados: “Não acho que seja um plebiscito sobre o meu governo, o Chile está decidindo seu futuro.”

Segundo o Servel, quase 15 milhões de cidadãos estavam aptos a votar, tanto no Chile quanto no exterior. As multas para eleitores ausentes variam de 30 mil a 130 mil pesos chilenos (de R$ 108 a R$ 611). O próximo presidente enfrentará um Legislativo sem forças majoritárias, embora a direita tenha mais facilidade para formar coalizões. O bloco de direita e ultradireita ficou a duas cadeiras da maioria na Câmara (76 de 155) e empatou com a centro-esquerda e a esquerda no Senado.

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