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LDO: governo Lula defende alternativa para calendário de emendas

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LDO: governo Lula defende alternativa para calendário de emendas
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta negociar um “meio-termo” diante da possibilidade de inclusão de calendário do pagamento de emendas parlamentares na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que será votada no Congresso.

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De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), quer criar mecanismos para dar mais previsibilidade à liberação dos recursos. A ideia é evitar a fixação de um calendário considerado engessado e tornar o pagamento mais previsível.

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Previsões do cronograma proposto pelo Congresso:

  • Após a LDO ser sancionada, o Congresso tem 30 dias para apresentar as propostas de emendas;
  • Passada a apresentação das propostas pelo Legislativo, o governo teria prazo para análise. Deputados discutem se ele será de 60 ou 90 dias;
  • Após a análise, o Planalto tem 60 dias para empenhar e pagar as emendas;
  • A ideia é que as emendas impositivas sejam pagas até o início de julho de 2026.

O texto que circula no Congresso prevê que o governo seja obrigado a pagar toda a verba indicada por parlamentares até julho, na véspera da campanha eleitoral. Como mostrou o Metrópoles, caso a proposta passe, o Planalto avalia vetar ou até mesmo judicializar a medida. Pareceres já apontaram a inconstitucionalidade da mudança.

O calendário de emendas consta no parecer do relator da LDO, deputado Gervásio Maia (PSB-PB). O texto precisa ser aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no plenário.

O colegiado adiou a votação da LDO para a próxima terça-feira (21/10) por falta de acordo sobre a alterações na proposta após a derrubada da MP 1303, alternativa à alta do IOF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se reúnem nesta quarta-feira (15/10) para discutir a proposta.

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Vista do Palácio do Planalto tendo o Congresso Nacional ao fundo

Hugo Barreto/Metropóles @hugobarretophoto
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Gleisi Hoffman e Lula

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Presidente Lula

Reprodução/Piatã FM
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Fernando Haddad

VINÍCIUS SCHMIDT/EUCLIDES DIÁRIO @vinicius.foto
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O presidente da Câmara, Hugo Motta

VINÍCIUS SCHMIDT/EUCLIDES DIÁRIO @vinicius.foto
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Presidente do Senado, Davi Alcolumbre

BRENO ESAKI/EUCLIDES DIÁRIO @BrenoEsakiFoto
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Senador Efraim Filho

BRENO ESAKI/EUCLIDES DIÁRIO @BrenoEsakiFoto

Calendário de emendas

A prévia da LDO estabelece prazo de 90 dias após a apresentação das emendas para que o Executivo analise as propostas e aponte eventuais problemas. Caso não seja detectado nenhum impedimento técnico, o texto prevê o empenho do recurso em até 30 dias. Isso vale tanto para emendas individuais, quanto para as coletivas.

Além disso, segundo a proposta, o pagamento dos recursos destinados para fundos de saúde e assistência social deverá ser feito em, no máximo, 3 meses antes do pleito eleitoral.

Na prática, as mudanças acabam com o poder de barganha do Planalto, que atualmente tem liberdade para definir o ritmo do pagamento de emendas.

Aviso

Em setembro de 2025, o Palácio do Planalto foi informado que o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Gervásio Maia (PSB-PB), pretende estabelecer calendário fixo para o pagamento de emendas parlamentares em 2026. A medida, se aprovada, retiraria do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o controle sobre o ritmo de liberação desses recursos, uma ferramenta crucial de negociação do Executivo com o Congresso, especialmente em ano eleitoral.

De acordo com fontes próximas às discussões, as negociações entre o Planalto e os responsáveis pelo Orçamento de 2026 não chegaram a um acordo. A proposta de um calendário obrigatório conta com amplo apoio, incluindo partidos de diferentes espectros, do PT ao PL. A insatisfação com o ritmo lento de pagamento das emendas em 2025 é apontada como principal motivação. Enquanto alguns petistas atribuem o atraso à demora do Congresso na aprovação das contas deste ano, deputados e senadores rejeitam essa justificativa, intensificando o embate com o governo.

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