Ontem, 7 de junho, foi a data em que é comemorado o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa em todo o Brasil — uma data escolhida para lembrar a importância da liberdade de expressão e do jornalismo livre e responsável.
Mas por que essa data é tão importante?
A liberdade de imprensa no Brasil já enfrentou diversos episódios marcados por censura, repressão, perseguição e até mesmo agressões a jornalistas, em tentativas de silenciá-los.
Na história do país, a opressão à imprensa esteve presente desde o período colonial, quando a atividade era proibida. A primeira tipografia só foi permitida com a chegada da corte portuguesa em 1808.
Em 1937, Getúlio Vargas instaurou uma ditadura e institucionalizou a censura à imprensa por meio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
A ditadura militar de 1964 marcou o período mais violento contra a liberdade de expressão, tendo o AI-5 como símbolo desse tempo sombrio. Foram autorizadas a censura prévia, a suspensão de jornais, prisões arbitrárias e até casos de tortura contra jornalistas.
Atualmente, mesmo com leis que proíbem a repressão e garantem o acesso à informação, o Brasil ainda figura entre os países mais perigosos para o exercício do jornalismo nas Américas. Casos de agressões físicas, ameaças de morte, intimidações e assassinatos continuam a ocorrer — especialmente quando a atividade jornalística envolve a investigação de corrupção, crime organizado ou questões ambientais.
Um fenômeno crescente é o uso do sistema judiciário para silenciar a imprensa, por meio de ações por danos morais, pedidos de retirada de conteúdo e proibição de publicação. Muitas vezes, autoridades públicas ou grandes empresas usam o poder judicial para pressionar pequenos veículos de comunicação ou jornalistas independentes.
O 7 de junho, Dia da Liberdade de Imprensa, não representa apenas a conquista de um direito — mas o lembrete de que essa liberdade é frágil e constantemente ameaçada.
É uma data para reforçar a luta pela preservação da verdade, da informação pública e da democracia em um país que ainda persegue, com frequência, quem se dedica a revelá-la.
Hevelyn Rodrigues
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