O ex-presidente Jair Bolsonaro 04 de junho de 2025 | 09:14
Lindbergh aciona STF para que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e não ‘fuja como Zambelli’
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça (3) um pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) imponha ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso de tornozeleira eletrônica.
O deputado petista alega risco de fuga do ex-presidente, citando como precedente a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que disse ter deixado o Brasil e que não voltará ao país.
“É preciso evitar que ele fuja como a Zambelli”, diz.
Além da deputada, o parlamentar menciona Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente está nos EUA para, segundo diz, articular sanções do governo de Donald Trump contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Posteriormente à formalização da denúncia [da PGR], Jair Bolsonaro tem adotado posturas públicas e privadas que denotam periculosidade processual concreta, com risco real à instrução criminal, à aplicação da lei penal e à preservação da ordem pública e institucional”, diz Lindbergh no documento.
“Ambos [Eduardo e Zambelli] são investigados em procedimentos análogos e possuem conexão direta com Jair Bolsonaro, que inclusive admitiu publicamente o financiamento da permanência de Eduardo nos EUA por meio de doações realizadas via Pix”, prossegue.
Lindbergh pede a proibição de acesso de Bolsonaro a embaixadas, consulados, aeroportos, rodoviárias, portos e fronteiras.
Também solicita o impedimento de contato com testemunhas e investigados no processo no STF contra o núcleo central da trama golpista de 2022 e que Bolsonaro não possa sair do Distrito Federal sem autorização judicial.
A representação também menciona que Bolsonaro foi alvo de outra representação anterior por ter feito ligação telefônica ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente, na véspera do depoimento dele nos autos da ação penal.
À coluna Mourão afirmou que a conversa foi apenas para confirmar data e horário do depoimento e que falaram sobre saúde e “coisas genéricas de companheiros de longas datas”.
No documento, Lindbergh também afirma que há “a necessidade de impedir o acesso do réu a locais sensíveis” que poderiam ser utilizados como via diplomática para fuga ou articulação contra o Estado brasileiro. Segundo a representação, a proibição de ingresso a embaixadas, consulados, organismos internacionais e aeroportos é essencial, pois há “precedentes concretos de uso dessas estruturas para buscar frustrar a instrução criminal e a aplicação da lei penal”.
O ex-presidente se alojou na embaixada da Hungria, em busca de asilo, no Carnaval de 2024.
O pedido foi encaminhado ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, e ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação.
Lindbergh afirma acreditar que a saída de Eduardo e Zambelli do país fazem parte de um movimento mais amplo de tentativa de desmoralização do Judiciário brasileiro.
O parlamentar é o autor do requerimento para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedisse à Corte investigação contra Eduardo Bolsonaro por tentativa de coação do ministro do STF Alexandre de Moraes no curso do processo em que seu pai é investigado.
Lindbergh também pediu nesta terça (3) a prisão de Zambelli e a cassação de seu passaporte diplomático.
No exterior, a parlamentar disse querer ter uma atuação como a do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, fazendo o que chama de “denúncias” contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Zambelli ressaltou que não receberá mais salário. Seu gabinete será agora ocupado pelo suplente da parlamentar. “Queria anunciar que estou fora do Brasil, já faz alguns dias, vim à princípio buscar tratamento médico, que já fazia aqui, e agora vou pedir inclusive para que eu possa me afastar do cargo”, disse ela, em entrevista à rádio Auriverde.
Mônica Bergamo/Folhapress
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